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Arquipelago de Origem:
Machico
Data da Peça:
2024-11-21
Data de Publicação:
26/02/2025
Autor:
Vários
Chegada ao Arquipélago:
2025-02-26
Proprietário da Peça:
Zita Cardoso
Proprietário da Imagem:
Eugénio Perregil
Autor da Imagem:
Eugénio Perregil
Zita Cardoso e o Canto do Melro de Raquel Varela, Machico, 21 de novembro de 2024, ilha da Madeira

Categorias
    Descrição
    Zita Cardoso e o Canto do Melro de Raquel Varela
    A vida do Padre José Martins Júnior (1938-)
    (1955-2025) e (1978-)
    Lisboa, Livraria Bertrand, 2024
    Fotografia de Eugénio Perregil, 21 de novembro de 2024,
    Machico,  ilha da Madeira

    Maria Zita Cardoso (Machico, 13 maio 1955; idem, 2 jan. 2025), licenciada em História pela Universidade Clássica de Lisboa e Mestre em Gestão de Turismo pela Universidade de Bournmouth, como bolseira do Centro de Ciência e Tecnologia da Madeira (CITMA), tinha começado logo a sua carreira como professora do Ensino Básico, aos 18 anos. Paralelamente, ao longo dos anos, foi fundadora e presidiu a várias associações, organismos culturais, empresariais, públicos e até desportivos. Entre outros cargos, foi presidente da Associação de Escritores da Madeira, vereadora da Cultura na Câmara Municipal de Machico, presidente da Associação Comercial e Industrial de Machico e do Conselho Administrativo da Associação Desportiva de Machico. Em 1983, foi louvada pela Secretaria Regional da Educação pelo seu livro pedagógico ‘Madeira, a nossa terra’, escrito em co-autoria com o professor Luís Paixão e, cinco anos mais tarde, foi agraciada com uma Medalha de Mérito Cultural pelo Governo Regional da Madeira, tal como em 2023, foi homenageada pela Associação das Indústrias Criativas, na Cimeira Atlântica das Indústrias Criativas, realizada em Machico. O sentido pesar pelo seu falecimento foi manifestado pela Câmara Municipal de Machico nas redes sociais, destacando a "personalidade ímpar e altruísta, cujo contributo para a Madeira e, em especial, para o nosso concelho será sempre lembrada", pela Assembleia Legislativa Regional, pelo PSD e, inclusivamente, pelo ministro cabo-verdiano da Cultura, Abraão Vicente, como "uma madeirense cabo-verdiana de coração", um "grande ser humano" e que Cabo Verde havia perdido "uma amiga de todas as horas".
    José Martins Júnior (Machico, 16 nov. 1938-) foi ordenado padre a 15 de agosto de 1962 na igreja matriz de Machico, celebrando a sua primeira no mesmo dia. Nomeado a 22 de junho de 1969 como pároco da Ribeira Seca, tornar-se-ia, a partir do 25 de abril de 1974 uma das figuras incontornáveis da política regional. Em 1967, fez uma comissão de dois anos em Moçambique, regressando à Madeira em 1969. Foi então nomeado pároco da recém-criada paróquia da Ribeira Seca e coadjutor da igreja matriz de Machico. Em 1975, presidiu a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Machico e, em 1976, foi eleito deputado à Assembleia Legislativa Regional, como independente, nas listas da UDP, lugar que acabou por ceder a um operário da construção civil e do que a UDP se veio a arrepender. Em 1977 foi suspenso "a divinis" pelo bispo D. Francisco Santana (1924-1982), sem processo canónico formado. Em 1980, recandidatou-se e foi eleito deputado e em 1982 assumiu a presidência da Junta de Freguesia de Machico. Em 1985, a igreja da Ribeira Seca foi tomada de assalto por 70 elementos da Polícia de Segurança Pública, então sob as ordens do comissário coronel Nuno Homem Costa, a pedido do governo e da diocese, já no episcopado do novo bispo do Funchal, D. Teodoro Faria. Nas eleições autárquicas de 1989, foi eleito presidente da Câmara Municipal de Machico, cargo para o qual foi reeleito, cumprindo o segundo mandato até 1998. Em 1995, entretanto, recebeu do presidente da República Dr. Mário Soares as insígnias de comendador da Ordem de Mérito e em 1997 foi eleito deputado independente, nas listas do PS, à Assembleia Legislativa Regional, onde permaneceu até 2007, quando deu por terminada a atividade política. Em julho de 2009 ainda teve de responder no tribunal da comarca de Santa Cruz, num processo interposto pelo Governo Regional, pela acusação de "exercício ilegal de sacerdócio", mas de que viria a ser absolvido. O padre Martins Júnior continuou a exercer o sacerdócio "em consonância com o povo de Deus da Ribeira Seca", como costuma afirmar, numa igreja e residência erguidas pela população local, onde em 2013 comemorou os seus 75 anos e perto de onde reside.