Vista geral do Convento de Santa Clara do Funchal, campanha de 1492 e seguintes, ilha da Madeira
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Descrição
Vista geral do Convento de Santa Clara do Funchal
Campanha de 1492 e seguintes
Fotografia por drone de Filipe Matos da DRC, junho de 2023.
Convento de Santa Clara do Funchal, ilha da Madeira
Cronologia:
Séc. 15, c. 1450 - construção da capela da Conceição, dita "de cima" de que resta o portal, vindo do continente; 1470, cerca - enterramento de Martim Mendes de Vasconcelos (c. 1425-1470) num carneiro ali construído; 1480, 11 set. - 2º capitão, João Gonçalves da Câmara (c. 1414-1501), compra a Rui Teixeira e Branca Ferreira propriedade do Curral para o futuro convento; 1488, 17 jul. - o duque D. Manuel informa do breve que autoriza a sua construção; 1492 - início das obras sob orientação de D. Constança de Noronha e do mestre João Gonçalves enviado de Tomar; 1492 - reforma do túmulo de Martim Mendes de Vasconcelos (c. 1425-1470); 1495, 1 abr. - breve do papa Alexandre VI referindo as celas para o convento; 1496, nov. - informação camarária para se reservar farinha para as freiras fazerem a suas confeções de Natal, deduzindo-se que haviam então já se instalado; 1526 - D. Isabel de Noronha assume a administração do convento; 1527, 3 jan. - contrato com Gomes Annes e o bacharel Lopo Dias para a construção de um aqueduto do Pico dos Frias; 1530, cerca - feitura de um altar, de que restam 2 tábuas com imagens de Santo António e do arcanjo São Miguel, atribuídas ao mestre de Ferreirim; 1550 - construção de altar, de que resta uma Assunção da Virgem, atribuível a Diogo de Contreiras (1500-1570); 1555 - saída do 5.º capitão do Funchal Simão II Gonçalves da Câmara (1512-1580) para Lisboa, passando a residir na Corte; 1566, out. - ataque dos corsários franceses ao Funchal e fuga das freiras para o Curral; 1576, 20 ago. - título de condes da Calheta para os padroeiros e proprietários do convento, na pessoa de 5º capitão do Funchal; 1578, 25 out. - contrato das freiras cedendo dois terços das "suas" águas com os co-proprietários da quinta: Francisco, Gaspar e Diogo Frias ao Colégio dos Jesuítas do Funchal; 1580, 4 mar. - falecimento do 5º capitão do Funchal e 1.º conde da Calheta, entrando o padroado do convento para a Casa Castelo Melhor; 1590, cerca - construção do altar do coro-baixo com pintura atribuível a Fernão Gomes (nasc. Hernán Gómez Román, 1548-1612); Séc. 17, inícios - construção do altar entalhado do coro de cima; 1620 - data provável do óleo atribuído a Diogo Contreiras e existente no coro-baixo; 1630 (c.) - vinda das oficinas de Lisboa de azulejos maneiristas com nagas ou nagiras, de influência indiana, depois passados para o alto das paredes da igreja; 1641 - data do óleo do antigo altar de Santo António; 1644 e seguintes - reforma da organização do arquivo do convento pelo Dr. Sebastião de Teive (livro na Torre do Tombo); 1650 - revestimento azulejar da parede da igreja com padrão Santa Clara (1635-1660), padrão comum a vários mosteiros de clarissas e padrão Marvila (1622-1674), o maior padrão alguma vez produzido, de 144 azulejos diferentes, em padrão 12 x 12; e construção da capela de São Domingos de Amarante decorada pelo entalhador Manuel Pereira (c. 1605-1679) e pelo pintor Martim Conrado; 1661 - encomenda de um sacrário ao prateiro Simão Lopes, que haveria de fugir com a prata para o Brasil; 1664 - protesto das freiras pelo desvio da "sua água", saindo do convento e quebrando a clausura; 1667 - obras nos coros e colocação dos azulejos na nave da igreja; 1671, 12 ago. - obras no altar-mor para instalação do sacrário de prata feito então pelos prateiros António Araújo, António Neto e António Soares, pelo entalhador Manuel Pereira (c. 1605-1679); 1720 - o convento possuía 170 freiras professas, 100 educandas, "além das servas para o serviço comum e particular", que se repartiam por 12 dormitórios; 1720 a 1750 - pintura do teto de caixotão da igreja do convento; 1733 - data do retábulo de relíquias do claustro; 1736 - data do novo cadeiral de baixo e da cadeira do prelado; 1759 - data da cruz de cantaria num nicho do claustro; 1764 - proibição de entrada de noviças e controlo dos bens de raiz pelo governo do conde de Oeiras (Sebastião José de Carvalho e Melo, 1699-1782), futuro marquês de Pombal; 1769, 22 fev. - mudança do túmulo de Zarco da capela-mor para o coro de baixo, de que só ficou o modelo de madeira; 1793 - existiam 63 religiosas, pelo que se pediu ao rei a entrada de 17 noviças; 1796, 22 mar. - o número de religiosas não chegava a 80; Séc. 18, finais - execução dos altares da igreja e do púlpito atribuíveis ao mestre entalhador Estêvão Teixeira de Nóbrega (1746-1833); feitura do órgão positivo para o coro-baixo, por organeiro de origem italiana; 1797 a 1799 - pinturas Nicolau Ferreira Duarte (1731-c. 1800) nos altares da nave; 1807, 26 dez. - transferência das freiras da Encarnação para Santa Clara, para instalação das forças inglesas; 1821 - extinção dos conventos; 1834 - reivindicação da propriedade do convento pela casa dos marqueses de Castelo Melhor; 1890, nov. - morte da última freira, Maria Amélia do Patrocínio, mas ainda ali ficando a residir algumas "pupilas"; 1896 - entrega do convento à Congregação das Franciscanas Missionárias de Maria; 1910 - saída das Irmãs Missionárias; 1912, 31 out. e 1913, 22 set. - decretos de cedência das instalações à Câmara Municipal do Funchal, Santa Casa da Misericórdia e Auxílio Maternal; 1914 - circulação da intenção de instalar no convento um Museu Regional; 1917, 12 dez. - submarino alemão bombardeia o Funchal, atingindo a igreja, cuja capela-mor fica parcialmente destruída; 1927, 25 jan. e 12 jun. - cedência do convento à Associação Auxiliar das Missões Ultramarinas para instalação de um colégio missionário; 1928 - regresso das Irmãs Missionárias; 1931 - início da divulgação da imagem da Virgem de Fátima, como Padroeira de Portugal, da autoria de José Ferreira Thedim (1892-1971), uma das quais na igreja de Santa Clara; 1940 - larga campanha mariana, iniciada com o Congresso de Braga, de que resulta a marcha sobre Lisboa de Manuel Gomes da Costa (1863-1929), a 28 maio 1936, a Ditadura Militar, a subida ao poder de Salazar (1889-1970) e a excecional profusão de Imagens da Imaculada; 1940, 26 set. - publicação de Decreto nº 30 762, no DG, 1.ª série, n.º 225, determinando a classificação da Igreja e todas as dependências existentes no Mosteiro de Santa Clara como Monumento Nacional; 01 nov. - publicação do Decreto nº 30 838, DG, 1.ª série, n.º 254, suspendendo o decreto n.º 30 762, de 26 set. do mesmo ano, relativamente à classificação de imóveis de propriedade particular; 1951 - exposição de ourivesaria sacra no Convento, com vista ao futuro acervo do Museu de Arte Sacra; 1954 - exposição de esculturas religiosas; 1958 - transformação em Colégio Missionário Ultramarino do Funchal; 1962 - incêndio destrói 2 grandes salas na ala frente à Cç. de Santa Clara e pátio interior; 1997, abr. - cedência de uma parte da cerca para instalação da secção de azulejos da Casa-Museu Dr. Frederico de Freitas; 2000 , abr. - edição do Convento de Santa Clara do Funchal, Madeira - Roteiro, de Rui Carita, que na edição da DRAC, se acrescentou também Alda Pereira e a Irmã Ludovina Lavado, trabalho com coordenação de José de Sainz-Trueva, design de Pedro Clode e fotografia de Roberto Pereira; 2001 , jan. - levantamento para elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN (não executado); 2009 a 2010 - início dos estudos pela então DRAC para uma ampla campanha de reabilitação do convento; 2016 - retoma do projeto de reabilitação do convento; 2017, maio - início da colaboração de técnicos do Instituto José de Figueiredo nas obras equacionadas; 2020-2023 - campanha de obras gerais de reabilitação, envolvendo igreja, claustro e duas salas de exposição permanente; 2020, 25 ago. - divulgação oficial das verbas gerais das obras de reabilitação na visita oficial do secretário da tutela do dia anterior; 2023, 9 maio - inauguração da área visitável do convento com duas salas de exposições permanentes e a edição de folheto/roteiro; 12 ago. - nova visita oficial anunciando a candidatura das obras inauguradas a 9 maio ao prémio AR & PA 2023 e que, entre maio e junho, o convento fora alvo de 4.500 visitantes; 2024, 25 jan. - visita guiada comentada por Francisco Clode de Sousa e Rita Rodrigues, objeto de mais de uma centena de participantes;