Vista do centro do Funchal, desenho aguarelado de Lady Susan Vernon Harcourt, 1849. col. particular, Funchal, ilha da Madeira
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Descrição
Vista do centro do Funchal.
Desenho aguarelado, 20 x 34,5 cm.
Lady Susan Vernon Harcourt (1824-1894), 1849.
Aguarela que deu origem à litografia quadrupla, 34,5 x 92,8 cm., pub. in A Sketch of Madeira, Ed. Thomas McLean, Londres, 1850.
Coleção privada, Funchal, ilha da Madeira.
Lady Susan Harriet Vernon Harcourt (Londres, 1824; 1894) era filha do conde de Sheffield, tendo como nome de solteira Susan Harriet Holroyd, tendo casado com Edward William Vernon Harcourt (1825; 1891) em agosto de 1849. No ano anterior teria já acompanhado o noivo à Madeira, com a mãe, a condessa de Sherffield, Lady Harriet Lascelles (1802-1889), a quem depois dedica o seu álbum de litografias. Edward já havia estado na Madeira de out. 1847 a abr. 1848; de nov. 1848 a maio 1849; de nov. 1849 a maio 1850; e de nov. 1850 a abr. 1851. Na família Harcourt parece ter sido tradição, entre os que apresentavam debilidades físicas, a passagem do Inverno na Madeira, aqui tendo estado o pai, o reverendo William Vernom Harcourt e no Inverno de 1847 para 1848, viera o irmão William George Granville Venables Vernon Harcourt (1827; 1904), depois ministro da rainha Vitória e das figuras políticas determinantes do seu tempo, tal como depois o filho deste.
Edward Harcourt tece depois algumas considerações sobre os desenhos da sua então ainda noiva lady Susan, onde descreve a dificuldade em captar o cenário grandioso da paisagem madeirense, face à contínua mudança de luminosidade. Ao contrário da permanente neblina dos ambientes nórdicos, na Madeira a constância dos brilhos alterava-se constantemente pela simples passagem de uma nuvem. O autor conta ainda as dificuldades em que se via a pintora ao iniciar o seu trabalho, por ser de imediato rodeada de inúmeros observadores que, parecendo não ter mais nada para fazer, ali se mantinham inabaláveis durante horas a fio. Informa e alerta também os futuros leitores sobre a taxa imposta pela Alfândega do Funchal aos desenhos levados da Ilha, 6 xelins e 8 pences por libra de peso, o que considerava um verdadeiro exagero, mas que configura a consciência do interesse económico dos mesmos por parte das autoridades aduaneiras insulares.