Visita do almirante Américo Tomás à Camacha com o governador coronel D. António Sobral e Maria Ascensão, setembro de 1973, ilha da Madeira
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Visita do almirante Américo Tomás à Camacha com o governador coronel D. António Sobral e Maria Ascensão.
Coronel D. António Braamcamp Sobral (1912-1987); Maria Ascensão (1926-2001), imagem do Grupo Folclórico da Camacha e o marido Abel Policarpo de Freitas (1923-2011).
Fotografia de setembro de 1973.
Camacha, ilha da Madeira.
Américo de Deus Rodrigues Thomaz (Lisboa, 19 nov. 1894; Cascais, 19 set. 1987) foi um dos seis filhos de António Rodrigues Tomás (1847-1928), negociante, e de Maria da Assunção Tomás (1862-1917). Ingressando na Escola Naval em 1914, logo após a entrada de Portugal na I Guerra Mundial, foi colocado na Escola de Torpedos, sendo mobilizado, pouco depois, para escoltar os comboios marítimos que se dirigiam ao norte de França e a Inglaterra e, em outubro de 1919, entra para os Serviços Hidrográficos do Ministério da Marinha. Em 1922 casou-se com Gertrudes Ribeiro da Costa (1894-1991), casamento de que houve duas filhas e um filho. Em 1940, acumulando com a chefia do gabinete do Ministro da Marinha, preside a Junta Nacional da Marinha Mercante. Ministro da Marinha desde set. 1944, Américo Tomás, fruto da sua enorme experiência em questões marítimas e piscatórias, promulga diplomas fundamentais para a renovação e expansão da Marinha Mercante. Em 1950, não tendo sido informado da profunda remodelação governamental, demonstra o seu desacordo para com as alterações propostas e coloca o seu lugar à disposição. Perante a sua decisão, o Presidente do Conselho, António Salazar (1889-1970) recua e Américo Tomás aceita permanecer no cargo. Nessa sequência, seria o candidato do Estado Novo para defrontar o general Humberto Delgado (1906-1965) nas eleições de 1958 e, alteradas as condições da eleição presidencial, seria sucessivamente reeleito em 1965 e 1972. Durante os cerca de 16 anos na Presidência da República, destacam-se dois momentos em que a sua intervenção é decisiva: a Abrilada de 1961, quando um grupo de oficiais liderado pelo general Júlio Botelho Moniz (1900-1970) pretendeu a substituição de Oliveira Salazar e, depois, em 1968, face à incapacidade, então a sua substituição por Marcelo Caetano (1906-1980). Nos últimos anos da Ditadura assume a prossecução da política ultramarina e do esforço de guerra. É destituído do cargo com Revolução de 25 de Abril de 1974, tendo de se refugiar com a família e alguns elementos da sua Casa Militar no Forte da Giribita, em Caxias. No dia seguinte segue para a Ilha da Madeira, partindo depois para o exílio no Rio de Janeiro. Em maio de 1978 é-lhe permitido regressar a Portugal. O almirante Américo de Deus Tomás efetuou várias visitas à Madeira, passando pelo palácio de São Lourenço em 17-23 jul. 1962, 8 set. e 16 out. 1963, na ida e no regresso da viagem a Angola; 30 ago. 1969, quando do seu regresso da visita aos Açores; a 16 jul. 1970, em viagem no Príncipe Perfeito, quando visitou várias estruturas hoteleiras em construção; em 18-21 set. 1971, chegando de avião e partindo no paquete Funchal; em 20-22 nov. 1972, novamente de avião, quando inaugurou o Sheraton e o Holiday Inn; e em 8-10 set. 1973 para inaugurar a aerogare do aeroporto do Funchal e o Hospital Distrital do Funchal. Voltaria a estar em São Lourenço, por outros motivos, em abril e maio de 1974.
António Braamcamp Sobral (Sobral de Monte Agraço, 18 jan. 1812; Lapa, Lisboa, 13 dez. 1987). Filho segundo de Luís José Aimable Braamcamp Sobral, 4.º conde de Sobral, dado como descendente de Luís XV, ingressou na então Escola do Exército, como muitas vezes era tradição dos filhos segundos de certa nobreza de não muitas posses, onde fez o curso de Artilharia, tendo prestado serviço em Vendas Novas e na Academia Militar, onde se destacou pela especial figura. Veio a ser nomeado governador civil do Funchal na Primavera Marcelista, em 1968, sendo exonerado a seu pedido, a 20 fev. 1974. Casou com D. Maria Passanha, de que houve larga descendência e, falecendo o irmão mais velho, Hermano José Venceslau (1910-1969), sem descendência, que usava o título de 5.º conde de Sobral, passou a usar o título de 6.º conde de Sobral.
Algumas datas importantes na vida de Maria Ascensão (1926-2001), imagem do Grupo Folclórico da Camacha:
1949: Integra o Grupo de Folclore da Casa do Povo da Camacha.
1949: Foi entrevistada e fotografada pela revista Século Ilustrado (Lisboa).
1949: Participação no Grande Concurso Internacional de Danças de Madrid (2º lugar)
1950: Participação no documentário “Pérola do Atlântico” de Artur Agostinho e João Villaret.
1951: Atuação em Espanha (Biarritz, Saragoça, Madrid) e Portugal (Lisboa).
1951: Participação no documentário “Madeira Story”, realizado por Horace Zino.
1951: Referência num artigo na revista “Flama” sobre a importância do Grupo Folclórico da Camacha, na propaganda dos Costumes da Madeira.
1954: Participação na Festa da Primavera (Funchal).
1955: Participação no festival internacional do País de Gales (Inglaterra),
1956: Participação num evento etnográfico em Braga.
1962: Participação no Festival Internacional de Folclore realizado pela Estoril–Sol (Portugal).
1965: Atuação em Joanesburgo (África do Sul).
1971: Digressão Europeia.
1973: Digressão aos Estados Unidos da América.
1977: Digressão na África do Sul.
1978: Digressão na Venezuela,
1984: Integra a comissão de recuperação do ritual da Festa do Espírito Santo.
1985: Homenageada pela Secretaria de Turismo e Cultura.
1991: Homenageada pelo Presidente do Governo Regional da Madeira.
1995: Gravação do CD-Áudio a solo (Nº1 – Maria Ascensão Teixeira (Camacha) – Recolhas Xarabanda.