Verso do apito Tshokwe do leilão Zemanek-Münster de fevereiro de 2016, escultor Chokwe, 1940 (c.), leste de Angola ou República Democrática do Congo.
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Descrição
Verso do apito Chokwe.
Flute, D. R. Congo, Chokwe.
Madeira entalhada, pintada e patinada, 10 cm.
Escultor Chokwe, 1940 (c.), Leste de Angola ou República Democrática do Congo.
Proveniente da Gallery König, Brussels, Belgium
Fotografia de 21 de janeiro de 2016.
Leilão Zemanek-Münster, 82rh Tribal Art Auction, 27 de fevereiro de 2016, lote 468, vendido por 1.100 euros, Munique, Alemanha.
Wood, shiny dark brown patina, in the shape of an arm- and legless figure with fine carved coiffure, circular mouthpiece, drilled hole for support, min. dam., slight traces of abrasion, base;
when hunting the Chokwe use a whistle to communicate with their companions and to call the dogs.
Os Chokwe, beneficiando do comércio de marfim, borracha, cera e escravos africanos, emergiram ao longo do século XIX na savana da atual República Democrática do Congo e Angola tornando-se parceiros comerciais ativos com os comerciantes da Europa e do Novo Mundo. Como importantes governantes regionais, o seu prestígio e poder reflete-se na arte que encomendavam para as suas cortes, como as esculturas dos seus antepassados, as cadeiras em que se sentavam para receber os comerciantes europeus, ou as máscaras para os seus ritos de passagem, onde se definia a coesão social. O ancestral dos Chokwe é o herói cultural Chibinda Ilunga, lendário caçador, em princípio, Luba e que tendo casado com a rainha Lunda Lueji A'Nkonde (c. 1635- c. 1670), deram origem ao reino Chokwe, que se separa assim do velho reino Lunda. A sua história em Angola foi levantada pelo general Henrique Augusto Dias de Carvalho (1843-1909), Expedição portuguesa ao Muatian vua (1884-1888). Ethnographia e historia tradicional dos povos da Lunda, 1890, mas a divulgação da sua escultura ficou a dever-se, especialmente, à investigadora Marie-Louise Bastin (1918-2000), La Sculpture Tshokwe, Paris, Alain et Françoise Chaffin, 1982. Este trabalho nasceu da constituição do Museu do Dundo, a partir de 1936, na sede da então Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), que convidou esta investigadora da Universidade Livre de Bruxelas e colaboradora do Musée Royal de l'Afrique Central, geralmente designado como Museu de Tervuren, a partir de 1961, a permanecer algum tempo naquele museu. Veio assim a nascer o reconhecimento internacional da Arte Chokwe como uma das mais refinadas escolas de escultura subsarianas e, quase em paralelo com a corte do Benim, atingindo as suas peças os mais altos preços nos mercados internacionais de arte.