Verso da máscara porco "ngulu" Chokwe do leilão Zemanek-Münster de outubro de 2015, trabalho de 1950 (c.), Norte de Angola ou República Democrática do Congo.
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Descrição
Verso da máscara porco ngulu Chokwe.
Rare pig mask "ngulu", D. R. Congo, Chokwe.
Madeira entalhada, pintada e patinada, 30,5 cm.
Escultor Chokwe, 1950 (c.), Norte de Angola ou República Democrática do Congo
Proveniente de coleção Pierre Dartevelle (1940-2022), Bruxelles.
Fotografia de 14 de setembro de 2015.
Leilão Zemanek-Münster, 81th Tribal Art Auction, 31 de outubro de 2015, lote 430, vendida por 750 euros, Munique, Alemanha.
Wood, brown patina, decoration tag, incised scarifications accentuated by red pigment, remains of a bonnet from animal skin on the back, min. dam., slight traces of abrasion; the dancer generally performs on all fours, imitating the pig’s behaviour, poking about with its snout, scratching itself and trampling around clumsily. The dance masks are used by itinerant dancers, who keep them in a basket. After the performance, the dancers receive gifts in return for the magical strength which they have dispensed to the community.
Comparing literature: Bastin, Marie-Louise, La sculpture Tshokwe, Gossau 1982, p. 86 f..
Os Chokwe, beneficiando do comércio de marfim, borracha, cera e escravos africanos, emergiram ao longo do século XIX na savana da atual República Democrática do Congo e Angola tornando-se parceiros comerciais ativos com os comerciantes da Europa e do Novo Mundo. Como importantes governantes regionais, o seu prestígio e poder reflete-se na arte que encomendavam para as suas cortes, como as esculturas dos seus antepassados, as cadeiras em que se sentavam para receber os comerciantes europeus, ou as máscaras para os seus ritos de passagem, onde se definia a coesão social. O ancestral dos Chokwe é o herói cultural Chibinda Ilunga, lendário caçador, em princípio, Luba e que tendo casado com a rainha Lunda Lueji A'Nkonde (c. 1635- c. 1670), deram origem ao reino Chokwe, que se separa assim do velho reino Lunda. A sua história em Angola foi levantada pelo general Henrique Augusto Dias de Carvalho (1843-1909), Expedicao portuguesa ao Muatian vua (1884-1888). Ethnographia e historia tradicional dos povos da Lunda, 1890, mas a divulgação da sua escultura ficou a dever-se, especialmente, à investigadora Marie-Louise Bastin (1918-2000), La Sculpture Tshokwe, Paris, Alain et Françoise Chaffin, 1982. Este trabalho nasceu da constituição do Museu do Dundo, a partir de 1936, na sede da então Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), que convidou esta investigadora da Universidade Livre de Bruxelas e colaboradora do Musée Royal de l'Afrique Central, geralmente designado como Museu de Tervuren, a partir de 1961, a permanecer algum tempo naquele museu. Veio assim a nascer o reconhecimento internacional da Arte Chokwe como uma das mais refinadas escolas de escultura subsarianas e, quase em paralelo com a corte do Benim, atingindo as suas peças os mais altos preços nos mercados internacionais de arte.