Image
Arquipelago de Origem:
Boa Vista (Cabo Verde)
Data da Peça:
1790-00-00
Data de Publicação:
08/08/2022
Autor:
Arsenal britânico
Chegada ao Arquipélago:
2022-08-08
Proprietário da Peça:
Património de Cabo Verde
Proprietário da Imagem:
Luís de Sousa/Arqui
Autor da Imagem:
Luís de Sousa/Arqui
Túlipa e boca da boca de fogo naval inglesa 1 da esplanada do forte Duque de Bragança do ilhéu de Sal Rei, 1790 (c.), Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Categorias
    Descrição
    Túlipa e boca de boca de fogo naval inglesa da esplanada do forte Duque de Bragança do ilhéu de Sal Rei 
    Boca-de-fogo 1
    Ferro de arsenal inglês de 1790 (c.).
    Fotografia de Luís B. de Sousa para arquipelagos.pt, 12 de julho de 2022
    Ilha da Boa Vista, Cabo Verde.

    A Ilha da Boa Vista foi saqueada várias vezes, especialmente entre 1815 e 1817, por causa da sua importância para a exportação de sal, algodão, gado, cal e cerâmica, o que levou à transferência do principal núcleo urbano, na chamada Povoação Velha, para o antigo Porto Inglês, depois designado por Sal-Rei. De acordo com planta da Sociedade de Geografia de Lisboa de Ernesto de Andrada, de outubro de 1888, a vila terá sido fundada nos finais de Setecentos, sendo o seu fundador o capitão‐mor Aniceto António Ferreira, "segundo a versão mais fundamentada e aceite". Nessa sequência se investiu na sua defesa, com a construção do forte duque de Bragança, solicitado pelo governador António Pusich (c.1760-c. 1825), já nomeado pela corte portuguesa no Rio de Janeiro, e construção de 1820 a 1821, como parece indiciar a denominação, ou seja, D. Pedro de Alcântara (1798-1834), duque de Bragança, príncipe herdeiro do reino unido de Portugal, Brasil e Algarves. A planta e o projeto parecem ter vindo do Rio de Janeiro e, provavelmente, com os mesmos, mestres calceteiros da ilha da Madeira, que haviam sido enviados para calcetar aquela cidade, pois que não conhecemos trabalhos semelhantes de calcetamento em Cabo Verde. Aquele governador, natural de Dubrovnick, na Cracóvia, em 1798 era responsável pelo brigue Dragão e, em 1799, já comandava o bergantim Balão, que nesse ano aportou às ilhas de Cabo Verde. Em 18 de março de 1801, foi nomeado intendente da Marinha de Cabo Verde e capitão-de-fragata graduado e, montada a corte portuguesa no Rio de Janeiro, foi governador de Cabo Verde de 6 de fevereiro 1818 a 1822, mas já em setembro de 1821 regressara a Lisboa, face às alterações políticas, acompanhado da família, como a filha, depois a conhecida escritora e publicista Antónia Gertrudes Pusich (1805-1883), nascida na ilha de São Nicolau.
    As antigas fortalezas costeiras das ilhas e costas do Atlântico, mas também do Índico e do Pacífico, encontram-se hoje equipadas/decoradas com bocas de fogo de ferro navais inglesas provenientes das praias próximas, na ordem de muitos milhares. Primeiro, porque as de bronze, sendo de material reciclável, só pontualmente chegaram aos nossos dias, depois, porque pelas ordenanças navais inglesas, as bocas de fogo de ferro que atingissem 300 disparos efetuados, deveriam ser obrigatoriamente lançadas na primeira praia onde o navio varasse, essencialmente, por questões de segurança, pois que os acidentes eram mortais para as guarnições e também, por não serem recicláveis.