Teatro Municipal, alusão à primeira pedra, 1884, ilha da Madeira.
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Descrição
Medalhão alusivo ao lançamento da primeira pedra do Teatro..
24 de Outubro de 1884.
Luigi Manini (1848-1936), 1887 e repintura de Alfredo Miguéis (1883-1943), 1940 (c.)
Fotografia de 1990.
Tecto da entrada do Teatro Municipal do Funchal, ilha da Madeira.
A pintura decorativa é de Manini, mas o medalhão já não. Estaria ali pintado o retrato de Zarco ou do infante D. Henrique e que, muito deteriorado, foi repintado posteriormente por 1940 (c.).
Luigi Manini (1848-1936). Nascido em Cremona, a 8 de março de 1848, num meio social de parcos recursos e sob as dificuldades da onda revolucionária nacionalista que alastrava em Itália, veio a frequentar um curso de ornatos em Milão e entrar, muito novo, para o atelier de Giovanni Zaffeva, como aprendiz. Visitou depois várias cidades do sul de França, onde decorou residências várias, vindo a estabelecer-se, a partir de 1873, em Milão, como cantor lírico e ocupando o lugar de cenógrafo substituto do Scala, entre 1878 e 1879, seguindo, em julho desse ano para Lisboa, como cenógrafo do Real de São Carlos. Trabalharia então como cenógrafo, mas também como arquiteto em inúmeros projetos, entre os quais, o do Teatro D. Maria Pia, no Funchal, em 1887. Manteria ainda a sua atividade de cantor lírico até à temporada do São Carlos de 1894-95, encerrando então a sua carreira lírica. Regressaria a Itália após o regicídio e a implantação da República, depois de acabar a Quinta da Regaleira, em 1912, o seu mais ambicioso e completo projeto. Faleceu na sua propriedade da serra de Bréscia, que lhe lembrava a paisagem de Sintra e do Buçaco, com 88 anos de idade, a 29 de junho de 1936.
Alfredo Vital Miguéis (Funchal, 23 abr. 1883; idem, 10 jun. 1943). Filho de Joaquim Francisco Miguéis e de Elisa Sara Aguiar Miguéis, frequentou a Escola Industrial do Funchal, matriculando-se na Academia Real de Belas-Artes, onde completou o curso de Pintura Histórica em 1911, tendo sido discípulo de Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929). Em 1911 participou com alguns óleos numa exposição na Sociedade Nacional de Belas Artes, satirizados por Francisco Valença (1882-1962), com texto de Carlos Simões, em A Sátira, revista humorística de caricaturas, ano 1, nº 4, Lisboa, 1 de junho de 1911. No ano seguinte, 1912, no entanto, recebeu o prémio do legado Visconde de Valmor, para pensionista no estrangeiro, seguindo para Madrid e Paris, vindo a participar entre muitas outras, na célebre Exposição dos Modernistas de Lisboa de 1923. Professor da Escola Industrial do Funchal, era na altura do seu falecimento vogal da vereação camarária e tendo deixado o corpo principal da sua obra à Câmara do Funchal, que veio depois a perder-se totalmente num incêndio na área da torre do palácio de São Pedro.