Táxi junto do café e hotel Golden Gate, 1925 (c.), Funchal, ilha da Madeira
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Descrição
Táxi junto do café e hotel Golden Gate.
Antiga Misericórdia do Funchal ao fundo, parte depois remontada na Avenida Zarco.
Fotografia de 1925 (c.).
Museu de Fotografia da Madeira, Atelier Vicente's, VIC 4209.
Cópia na coleção António Aragão Mendes Correia (1921-2008) (563 c0021), Arquivo Regional da Madeira
Largo da Restauração, Funchal, ilha da Madeira.
No edifício Golden Gate, nos finais do século XIX, já funcionava um café, mas não identificado e, para o lado do mar, também funcionava o então Hotel Central. A data de 1841 para a fundação deste café, é, assim, excessiva. Por 1921, entretanto, já ali funcionava o Hotel Golden Gate, mas em edifício se um só andar, com restaurante, o café e a casa de bilhares, mais tarde. Em 1928, a Câmara Municipal do Funchal, permite à empresa de João Carlos Aguiar & Cª, proprietária do Golden Gate, ocupar metade do passeio da futura avenida Gonçalves Zarco, então Entrada da Cidade, o que já acontecia para o Passeio Público, hoje Avenida Arriaga, ali funcionando o Bazar Brasileiro. Deve datar desta época a ampliação para mais um andar, passando a utilizar a designação de Grande Hotel Golden Gate, sendo já local de reuniões políticas, onde se prepara a Revolta da Madeira de 1931 e tertúlias literárias, como a do Cenáculo. Em 1931 já disponha de toldos no primeiro andar, sinal de ali funcionar também café e restaurante. Em 1937, iniciam-se as obras de alargamento da parte antiga da avenida Gonçalves Zarco.
Em 1933, Ferreira de Castro (1898-1974), no romance Eternidade, escreveria: “Aquele ângulo do Funchal era entre as esquinas do Mundo, dos mais dobrados pelo espírito cosmopolita do século”, transcrição inaugurada com medalhão de bronze do autor, em 2001, trabalho do escultor Ricardo Velosa (1947-). A 28 de maio de 1934 seria inaugurada, quase em frente, a grande estátua de Zarco do escultor Francisco Franco (1885-1955), executada entre 1924 e 1927, que tornariam o local ainda mais cosmopolita, situação que se manteve nos anos seguintes, tendo todo o edifício sido reconstruído por 1950, com arranjos interiores na década seguinte, mas deixando de funcionar como hotel depois de 1974 e sendo ocupado por secretarias do Governo Regional, mas mantendo o café e o restaurante. Em 1998, o grupo Regency Hotels & Resorts, sob a orientação do arquitecto Diogo Lima de Mayer (1954-), ainda procedeu a importantes obras no espaço. Passando por diversas mãos, entretanto, o Café Golden Gate acabou por encerrar a 3 ago. 2014 devido à insolvência da sociedade que o explorava, a Santolido. O emblemático Café Golden Gate foi depois vendido em hasta pública, em nov. 2016, por 4,748 milhões de euros, numa operação conduzida pelo Governo Regional da Madeira, após entendimento com o proprietário, o Millennium BCP. Reabriu, de novo, a 1 jul. 2017.