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Arquipelago de Origem:
Lisboa (cidade)
Data da Peça:
1720-00-00 00:00:00
Data de Publicação:
20130118
Autor:
Domingos Maria Plura e José António Bellini
Chegada ao Arquipélago:
2004-07-05 00:00:00
Proprietário da Peça:
Hospital de São José
Proprietário da Imagem:
Rui Carita
Autor da Imagem:
Rui Carita
São Pedro, 1720 (c.), fachada do Hospital de São José, Lisboa, Portugal.

Categorias
  • Arquitectura religiosa
    • Colégios e seminários
  • Escultura
    • Pedra
  • Personalidades
    • Santos e mártires
Descrição
São Pedro.
Mármore esculpido, Roma (?), 1720 (c.)
Esculturas de Domingos Maria Plura, 1696 a 1733 e José António Bellini, remontadas na fachada em 1811.
Os pedestais foram construídos com as cantarias da antiga torre da igreja, que ameaçava então ruína.
Fotografia de Setembro de 2004.
Antigo Colégio de Santo Antão.
Hospital de São José, Lisboa.

Cronologia
1557, 3 dez. - a Companhia de Jesus procura local para construção de um novo Colégio; 1574 - decide-se a mudança para Santo Antão-o-Novo; 1578, 29 out. - arcebispo de Lisboa concede 40 mil ducados para compra das propriedades necessárias; 1579, 11 maio - lançamento da primeira pedra do Colégio de Santo Antão-o-Novo, em terrenos adquiridos a Isabel Dias, foreira do Hospital de São Lázaro; foi mandado construir pelo Cardeal D. Henrique sob a traça de Baltazar Álvares; 30 jun. - a planta não satisfaz a comunidade, que expõe o caso ao Geral da Companhia; este anuncia a vinda do arquiteto jesuíta italiano José Valeriano, o que se constituiu em fracasso; 1581, 30 abr. - a segunda traça do colégio foi elaborada pelo Padre Silvestre Jorge; obras dirigidas por aquele e por Barnabé Telo; 30 jun. - aprovação deste segundo projeto; 1 set. - o Geral, Padre Aquaviva, ordena que se respeite a planta, revelando intenções de alteração; 1584, 10 fev. - instituição da Confraria da Anunciada; 1585, 2 maio - Geral propõe alterações na traça; 1586 - 1587 - Gonçalo Serra dirige as obras; 1586, 28 ago. - nova traça do Padre Silvestre Jorge segue para Roma; 1592 - terceiro projeto pelo Padre José Valeriano; 22 mar. - Padre João Delgado apoia a traça de Roma, então contestada pelo Padre Silvestre Jorge; 27 jul. - a construção segue a traça de Valeriano; 31 out. - o Padre Pedro da Fonseca faz vários planos não aprovados; 1593, nov. - inauguração do Colégio; 1598-1608 - as obras são dirigidas por João Delgado; 1599, out. - feitura do refeitório, sobre o qual existiam três habitações, por 4 mil ducados; séc. 17 - instituição da Capela de Nossa do Socorro por Manuel Rodrigues da Costa; instituição da Capela de Nossa Senhora da Piedade, por Gregório Mendes da Silva e esposa, deixando 20$000 para uma missa quotidiana; 1608, 21 maio - o rei oferece 30$000 anuais para a botica; 1611, 12 jun. - testamento do Inquisidor Manuel Álvares Tavares, indicando que desejava ser sepultado na capela-mor, para o que deixava 500 cruzados, com obrigação de missas quotidianas, providas com o acréscimo de 40$000 anuais; 13 jun. - morte de Manuel Álvares Tavares; 1612 - 1623 - obras dirigidas por Gabriel Ramos; 1612, 31 ago. - a condessa de Linhares, D. Filipa de Sá, propõe ser padroeira da igreja, exigindo que esta tivesse 11 capelães, residentes em habitação própria no local e tribuna para o canto, para o que deixava 600$000; 25 set. - contrato entre D. Filipa de Sá e a Companhia, para garantir o padroado da igreja do Colégio; a padroeira definia o local da sua sepultura, na capela-mor, com missas diárias, rezadas e cantadas por clérigos; em troca, ela doava as casas à Cruz de Cata Que Farás, à Jubitaria, à Ribeira, a Quinta de Telheiras e os foros das Alfândegas; 2 out. - renovação do contrato entre a Condessa e a Companhia de Jesus, pelo qual ela se comprometia a construir e dotar a fábrica da igreja, enquanto fosse viva; 1613, 1 jan. - lançamento da primeira pedra na igreja, conforme um novo plano de Baltazar Álvares; 1614 - feitura do ante-refeitório e do tanque e nora da horta; 5 fev. - referência à traça da igreja, de Diogo Marques Lucas, tendo a pedra vindo do Vale de Cavalinhos; este fez um orçamento para a abóbada da nave e para o cruzeiro; 1615 -1618 - pedido para o início da obra da casa dos capelães; 1615, 20 jul. - data do testamento da Condessa de Linhares, deixando os seus bens à igreja de Santo Antão e pedindo para ser sepultada na mesma; 1618, 2 set. - morte da Condessa de Linhares, sepultada na igreja velha; 1621, 22 jun. - avaliação da capela instituída pelo Inquisidor Manuel Álvares Tavares em 1:000$000, sendo a verba entregue pelo testamenteiro; 1625 - inicio da construção da abóbada da capela-mor; feitura da imagem de vulto de São Francisco de Borja; 1626 - execução dos painéis com cenas da vida de Santo Inácio de Loyola para colocação na igreja; 1628 - crise económica interrompe as obras; 1634, 1 out. - confirmação da autorização para ter botica; 6 out. - nomeação de um almoxarife de obra; 1644, 11 mar. - benfeitor financia a construção do corredor de baixo; 1653, 19 mar. - medição das capelas do cruzeiro por Mateus do Couto; 1653 - instituição da Irmandade de Santo Antão; 1655 - conclusão das obras do edifício; 1658 - aprovação da Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte; construção do altar para exposição do Santíssimo Sacramento; 1658 / 1664 - instituição e construção de capela, no transepto, por D. Joana de Sousa, dedicada a São Francisco Xavier, com retábulo, altar de mármore, com escudo dos Sousas de Gouveia, e carneiro abobadado, para o que doou 4.500 cruzados; 1663, 17 jun. - arrematação da obra da capela pelos pedreiros Jacinto Rodrigues e António Fernandes, por 450$000; 1664, 24 ago. - quitação da obra da capela; 1660 / 1670, entre - feitura do túmulo da Condessa de Linhares; redecoração da capela doméstica, para a qual foi feito um painel e sacrário, decorado com pedras embutidas, e ornamentação das paredes com painéis representando cenas da vida da Virgem; 1670 - arranque das torres da fachada e parte da abóbada da nave; transferência da livraria; 1672, 8 e 9 jul. - discussão sobre a solução para o remate da fachada, existindo várias opiniões; 1685 - a Irmandade de Santo Antão comprou uma capela no lado da Epístola; 1689 - discussão sobre o material com que se devia fazer o retábulo-mor, em pedra ou madeira; 1689 / 1702, entre - feitura do retábulo-mor em pedra (proveniente de Génova), com risco do Irmão Cristóvão, que recebeu 4$200, ainda que tivesse existido um primeiro projeto do entalhador José Antunes, que recebeu 20$000 do reitor Padre Sebastião de Lima, que viera do colégio do Funchal; 1690 - obras supervisionadas por Manuel Ribeiro; 1691 - liderava os pedreiros o mestre João Baptista, substituído por João Antunes até 1709; este fez o retábulo-mor por 72$000; 1691-1697 - Carlos Baptista Garvo fornece pedra no valor de 2:216$020; 1693, out. - pintura do tapume que separava a capela-mor, por concluir, por Manuel Franco; 1694, 27 mar. - o mesmo fez o desenho do retábulo de Santa Luzia; 1696, 7 jan. - encomenda de quatro anjos a Carlos Baptista; execução do trono em madeira pelo carpinteiro Matias Rodrigues de Carvalho; 1694, 27 mar. - pagamento de 46$500 a Manuel Franco por pintar o desenho do retábulo-mor; 1694 / 1701, entre - execução do corredor dos confessionários com risco de João Antunes e direção das obras por João Gomes; feitura de 13 grades de ferro para as capelas do corredor, por 132$493; 1696, 18 ago. - inicia-se a abertura dos caboucos para o corredor dos confessionários; 1696 / 1733, entre - feitura das 12 esculturas dos Apóstolos, pelo escultor Domingos Maria Plura, por 6:240$000; 1697, 22 jul. - feitura da caixa para o sacrário pelo marceneiro Manuel Gomes, por 90$400; 1697 / 1711, entre - feitura de sacrário de prata por João Frederico Ludovice, conforme moldes de madeira do carpinteiro Manuel Gomes; a obra orçou em 1:117$800; 1697, 16 dez. - feitura de um vaso de comunhão, em prata, por António da Cruz; 1698, 15 nov. - execução de lâmpada de prata para a capela-mor pelo ourives António de Cruz, que iniciou a obra do sacrário; 1699 - 1706 - feitura do trono por Matias Rodrigues de Carvalho, por 179$960; séc. 18, meados - provável execução dos riscos dos retábulos gémeos da sacristia por João Frederico Ludovice; 1701 - instituição da Capela de Santa Luzia, com missa quotidiana; 7 jul. - anulação do contrato instituído pelo Inquisidor Manuel Álvares Tavares por falta de bens; 1703, cerca - descrição do Colégio e igreja por autor anónimo; 1705, 14 mar. - feitura da abóbada do corredor de cima por António Rodrigues; 1706, 23 jan. - o mestre entalhador Matias Rodrigues de Carvalho emite recibo de $090 aos Padres do Colégio como quitação por parcela do pagamento pela feitura do trono do retábulo-mor da igreja, em parceria com Manuel Machado; 1710 - testamento de Matias Rodrigues de Carvalho referindo que parte do pagamento da obra que fazia em Santo Antão e recebera dos Padres, dera a Manuel Machado, possivelmente seu colaborador; 1712 - a sua mulher recebeu as quantias que os Padres da Companhia deviam ao marido pela feitura do trono e camarim do retábulo-mor; 1719 - compra de um relógio por 450$000; 1720 / 1749, entre - feitura de livraria com três salas; 1722 - 1749 - mandato do Padre João Baptista Carbone que ordenou a feitura de: seis sinos da torre nova (o 1.º dedicado a Santo Inácio e o 2.º a São Francisco Xavier); a casa da torre, lajeada e rebocada para aposento do sineiro; acesso à sacristia, revestido a azulejos; alpendre na portaria comum e reboco; calçada do terreiro do colégio; frontaria do colégio (133$595); novas latrinas em cantaria; escada de pedra para o pátio dos moços; novo cubículo para o cárcere; douramento do retábulo da capela doméstica de São Francisco Xavier, executado pelo mestre José Gomes, por 2:843$000; para onde se fez também a coroa de prata dourada para a imagem de Nossa Senhora da Conceição e seis castiçais prateados; mudança do presépio para debaixo deste altar, tendo sido pintado e ornado; feitura de nova parede da porta do pátio dos estudantes e de armário para a rouparia; início da construção da segunda torre; colocação de vidros cristalinos nas janelas sobre a capela de São Francisco Xavier e de vidraças no pátio dos estudantes; colocação de ladrilho na casa dos alfaiates (17$170) e na casa do forno de pão, e de dois fogões na cozinha; 1728 - data na porta da antiga Portaria; 1733, cerca - inauguração da igreja; 1734 / 1737, entre - execução de dois púlpitos em mármore por João António Bellini, de Pádua; este também trabalhou nas estátuas dos Apóstolos; 1734, 3 nov. - contrato da talha da capela doméstica de São Francisco Xavier, por 2:843$953; 1746, 6 fev. - segundo um relatório de obras, havia-se terminado a torre, ajustando-se o respetivo sino, executado por Máximo Rodrigues Palavra; feitura do busto de São Luís Gonzaga em prata, confessionário no corredor e 6 castiçais de madeira prateada para o altar de São Francisco Xavier; vinda de dois braços relicários de Roma; o Padre João Baptista Carbone ofereceu uma imagem de pedra de Nossa Senhora da Conceição para a Capela do Santíssimo Sacramento; execução do forro do armazém de azeite e da cozinha dos despejos; colocação de fornalha de ferro, proveniente da Fábrica de Figueiró dos Vinhos, paga pelo rei; 1753, 21 set. - colocação de novo telhado com telhas da Holanda, dadas pelo tenente-general da artilharia Manuel Gomes de Carvalho; feitura de janelas nas retretes, abóbadas nos corredores, que foram azulejados e ladrilhados; colocação de azulejos nas três escadas para o corredor de cima; execução de portada grande do corredor da livraria, cachorros no pátio das escolas; encomenda de dois quadros para as retretes em Roma; relógio na retrete da capela do Santíssimo; reforma do soalho dos cubículos; colocação de ladrilho no ante-refeitório, ampliação da cozinha e da casa da louça; novo relógio para a torre; feitura do remate do frontispício da igreja por 231$080; conclusão da segunda torre (10:486$557); a pedra para os corredores foi fornecida por Francisco Xavier Pinto e Caetano Tomás; 1751, 1 nov. - o terramoto danificou muito o colégio, não afetando grandemente a igreja e as oficinas; 1758 - com a expulsão dos Jesuítas o colégio passa para a Coroa; 1759, 5 fev. - inventário dos bens do colégio; possuía uma Quinta, no termo de Punhete, a Quinta de Alagoa e a de Caniços, bem como algumas propriedades na Ilha Terceira, na Ribeirinha, administradas pelo Colégio local; são referidas dívidas ao azulejador António Rodrigues, por aplicação de azulejos; 23 jun. - alvará extinguindo as Classes e Escolas jesuíticas; 1769, 26 set. - por carta régia foi instalado no edifício o Hospital Real de São José, que sucedeu ao Hospital Real de Todos os Santos (então situado na atual Praça da Figueira e destruído pelo Terramoto de 1755), administrado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; 1775 - entrada dos primeiros doentes, após obras de adaptação; 1779, 30 jan. - a Paróquia da Igreja do Socorro solicita à rainha D. Maria I que reedificasse a sua igreja primitiva e abandonasse o projeto de instalação da paróquia na igreja do Colégio, o que foi diferido; 1789, 18 ago. - caderno com avaliação da prata que do Erário Régio se mandou avaliar ao ourives João de Sousa Jorge, contraste da corte; 1798, 2 abr. - o recinto da igreja foi transformado em cemitério da paróquia do Socorro, até 8 de abr. de 1800; 1807 - apeamento da torre E. por ameaçar ruína; 1811 - D. Francisco de Almeida, então Enfermeiro-Mor, ordena a colocação, na fachada S., de 8 das 12 esculturas dos Apóstolos, provenientes da antiga igreja do colégio, que ficaram assentes em pedestais de cantaria, executados com materiais provenientes da torre E. da igreja, que ameaçava ruir; 1835 - demolição da torre O.; 1840 - concessão de cantaria para o edifício da Escola Médica de Lisboa, para conclusão da livraria, secretaria e sala do Conselho; 1841, 17 maio - portaria concede alvenarias e cantarias da torre e igreja para o Teatro Nacional, que se repetiria a 21 jun. de 1842; 1844, 21 ago. - cantaria cedida às Obras Públicas, repetindo-se em 1851; 1850 - data sobre a porta da ala S. do claustro; séc. 19, meados - existia, dentro do pátio, uma construção que servia de ala de loucos, que o Marechal Saldanha mandou transferir para o Hospital Miguel Bombarda; 1853 - a administração solicita orçamento para ampliar o edifício para a zona da antiga igreja, onde se instalaria o cartório geral e a tesouraria; 1857 - D. Francisco de Almeida ordena a construção do pórtico exterior e do muro, bem como a plantação de árvores no antigo terreiro e a feitura de um chafariz; 1862 - a Irmandade do Santíssimo da freguesia de São José pediu mármores, mosaicos, colunas e retábulo da capela-mor para a Igreja da Anunciada, o que foi concedido; 1872, 28 Maio - cedência de duas colunas da igreja para o Asilo D. Maria Pia de Xabregas; 1884 - demolição da antiga igreja; séc. 19, final - o enfermeiro-mor, Curry Cabral, instala na antiga igreja os serviços administrativos do hospital; 1910 - com a implantação da República, a capela do Hospital, a funcionar na antiga sacristia da Igreja do Colégio, é encerrada; séc. 20 - esteve instalada, numa parte dos edifício, a antiga Maternidade Magalhães Coutinho; década de 30 - o culto é reposto na antiga sacristia, depois deste espaço ter sido utilizado como arrecadação do Hospital; 1950 - refere-se a necessidade de remover os depósitos de água existentes sobre a sacristia; 1959, 15 maio - início de obras de melhoramento no hospital; séc. 20, década de 70 - construção de um andar amansardado; 2006, mar. - furto de azulejos do interior.