Saleiro sapi-português do Museu de Belas Artes de Dijon, Serra Leoa, 1520 (c.), França.
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Descrição
Saleiro sapi-português.
Marfim de elefante esculpido.
Oficina sapi-portuguesa, 1495 a 1521, 1520 (c.)
Serra Leoa
Fotografia de François Jay, 2008
Musée des Beaux-Arts de Dijon (G 471), França.
Saleiro ovoide suportado por representações de comerciantes portugueses de abraços abertos e apoiados em estilizações vegetais, modelo que com variantes existe em outros museus e coleções, como da Entwistle Gallery de Londres, no Museu Pré-histórico e Etnográfico Luigi Pigorini de Roma, da antiga coleção Jean Roudillon de Paris e hoje, em princípio, no Nelson-Atkins Museum of Art de Kansas, Missouri, ou um dos saleiros do Museu Etnográfico de Berlim (Ident. Nr.: III C 4888 a,b). O remate superior, entretanto, não é o original. Este grupo de peças tem sido atribuído às oficinas da Serra Leoa com base no relatório de 1506/10 do informador e editor Valentim Fernandes (c. 1450-1519), conhecido pelo manuscrito deste impressor, Códice da Biblioteca de Munique ou Relação de Diogo Gomes, que forneceu os dados, onde se escreveu que os habitantes desta área possuíam especial talento manual para a execução de saleiros de marfim e de colheres, executando as gravações com base em desenhos que lhes forneciam. As figuras destes saleiros revelam grandes afinidades com as esculturas em pedra-sabão ditas ‘nomoli’, também desta área, mas nestes marfins de muito especial qualidade. Até à data, ao que saibamos, foram registadas pelo menos 41 trompas de marfim sapi e bini-portuguesas, assim como 63 saleiros - completos ou fragmentados - 3 pixides, 3 punhais ou cabos de punhais, 8 colheres e 3 garfos, todos eles da autoria dos escultores do Benim e da Serra Leoa, também provavelmente responsáveis pelas figuras de pedra ditas nomolis, mas numa outra qualidade. O Museu de Belas Artes de Dijon possui ainda 3 colheres das oficinas bini-portuguesas do Benim, hoje Nigéria.