Salão da Casa-Museu Frederico de Freitas, reabilitação de 1988 (c.), Funchal, ilha da Madeira
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Descrição
Salão da Casa-Museu Frederico de Freitas.
Antiga Casa da Calçada.
Projeto de reabilitação: Arq. Maria João Cardoso, 1988 (c.)
Fotografia de 2021.
Calçada de Santa Clara, Funchal, ilha da Madeira.
A Casa-Museu Frederico de Freitas encontra-se instalada na Casa da Calçada, antiga residência dos Condes da Calçada, de Diogo de Ornelas de França Carvalhal Frazão e Figueirôa (Funchal, 29 ago. 1812; idem, 18 set. 1906), cuja família habitou o local desde meados do século XVII. Sofreu ao longo da sua existência, numerosas obras de transformação e adaptação a novas necessidades, sobretudo ao longo do século XVIII e muito especialmente no século XIX, onde ganha, já no final do século um sabor romântico, obras, provavelmente, a cargo do arquiteto inglês George Somers Clarke (1841-1926) que em 1891, com John Thomas Micklethwaite (1843-1906), reformularam o Reid's Palace Hotel. Nos anos 40 passou a residência do dr. Frederico de Freitas (1894-1978), colecionador de arte que, por disposição testamentária de 1978, legou as suas coleções à Região Autónoma da Madeira, deixando como tutor da doação o seu sobrinho Dr. Paulo Freitas (1925-2001). Foram então realizadas obras de adaptação para a instalação da Casa-Museu, inaugurada em junho de 1988, tendo Paulo Freitas sido o primeiro diretor. Em 1999, sob projeto da arquiteta Maria João Cardoso, ficou concluída a totalidade do projeto previsto para a instituição, especialmente, a Casa dos Azulejos, edifício propositadamente construído para acolher a coleção de Azulejaria Portuguesa e Estrangeira.
Frederico Augusto de Freitas (Funchal, 15 dez. 1894; idem, 26 nov. 1978) era filho de Cândido Eduardo de Freitas e Adelaide Augusta Cunha, foi uma das figuras incontornáveis da cultura e sociedade madeirense dos meados do século XX. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, veio a ocupar o lugar de chefe da secretaria notarial do Funchal, onde prestou vários trabalhos à comunidade inglesa radicada na Madeira, sendo praticamente o seu advogado privativo. Colecionador por excelência, veio a adquirir um importante espólio de estampas madeirenses, de que foi um dos primeiros divulgadores, aguarelas, azulejos e peças de mobiliário, que constituem hoje a Casa-Museu Frederico de Freitas.