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Arquipelago de Origem:
Khorfakkan
Data da Peça:
2020-01-10
Data de Publicação:
24/12/2024
Autor:
Vários
Chegada ao Arquipélago:
2024-12-24
Proprietário da Peça:
Sharjah Archaeologic Authority
Proprietário da Imagem:
Miguel/Rui Carita
Autor da Imagem:
Miguel Martins de Sousa
Rui Carita à chuva na torre Al-Rabi de Khorfakkan, 1622 e seguintes, 10 de janeiro de 2020, emirado de Sharjah, Emirados Árabes Unidos

Categorias
    Descrição
    Rui Carita à chuva na Torre Al Rabi de Khorfakkan.
    Com chapéu coreano.
    Campanha de 1622 dos portugueses (c.), pois que uma torre oitavada não é habitual nos Emirados, com obras nos anos seguintes.
    Foi restaurada em 1915 por ordem do Sheikh Saeed  bin Hamad Al Qassimi, tendo os habitantes contribuído com os materiais, como consta do cartaz informativo do recente restauro.
    Visita do The Portuguese Archaeological Mission at Kalba (Sharjah, U.A.E.), 2020, campanha de arqueologia do IAP de 2020 na antiga fortaleza de Al Qasimi em Khor Kalba, antiga Quelba,
    Fotografia de Miguel Martins de Sousa, 10 de janeiro de 2020
    Antiga Corfacão, Khor Fakkan, Khorfakkan, emirado de Sharjah, Emirados Árabes Unidos

    A ocupação de Corfação, atual Khor Fakkan, em território hoje do emirado de Sharjah, tem uma longa história, havendo evidências de buracos para pilares de madeira das tradicionais cabanas barasti, chamadas arexe (areesh), similar àquelas encontradas Tel Abraque, que datam do III ao I milénio a.C.. Cerca de 1500, Duarte Barbosa (c. 1480-1521) descreveu Corfação como uma vila "em torno da qual há vários jardins e fazendas".
    A fortaleza portuguesa de Corfacão foi mandada levantada por Gaspar Pereira Leite, em 1620, numa altura em que se tentava cimentar a presença portuguesa no acesso ao golfo Pérsico, embora tivesse havido pontuais ocupações em 1507 e 1515, por exemplo. Teria uma forma triangular rematada por baluartes modernos, com os maiores muros com 26 metros. O interior da fortaleza teria uma torre artilhada e um poço. De acordo com a descrição de Manuel Godinho de Erédia (1563-1623), tinha um capitão e 24 soldados, todos lascarins, que custavam anualmente 204$000. Ao longo dos meados do século XVII, em princípio, foi acabando por ser abandonada, registando a tripulação do navio holandês Meerkat, em 1666, que tendo sido avistada, a descreveu no diário de bordo: Corfacan é um lugar em uma pequena baía, que tem cerca de 200 pequenas casas todas construídas a partir de ramos de palmeira, perto da praia. Tinha no lado norte uma fortaleza triangular portuguesa, da qual ainda se podem ver as ruínas desoladas. Na costa sul da baía, em um canto, há outra fortaleza em uma colina, mas não há guarnição nem artilharia sobre ela e também está em ruínas. Teria sido a mais importante feitoria fortificada desta área, entre Mascate e Ormuz, subsistindo as estruturas da fortaleza central, com um muro na frente mar com posições para mosquete, uma muralha a envolver a povoação para poente e, pelo menos, 3 torres de vigias, de que ficou somente a Al-Rabi, com poço próprio.
    Articulava-se ainda com a pequena fortaleza de Mada, descrevendo-a o álbum de São Julião da Barra como: Duas léguas detrás Corfacão está Mada, fabricada como se vê, duas léguas pela terra dentro, ao pé de uma serra, junto a uma ribeira muito fresca e de muitos palmares e árvores de frutas, junto a uma povoação de 300 vizinhos que ajudam a defender a fortaleza. Fê-la Mateus de Seabra no ano de 1624 por ordem do capitão geral Rui Freire, para defender a passagem que faziam os Arábicos, que assaltavam as fortalezas pela praia. Tem de presidio um capitão lascarim e 30 soldados.