Retrato de Senhora, óleo de Eduardo Malta, 1953, Museu Municipal de Óbidos, Portugal
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Descrição
Retrato de Senhora
Óleos sobre tela,
Eduardo Malta (1900-1967), 1953, que viveu e morreu nesta casa
Fotografia de 2020.
Museu Municipal de Óbidos, Rua Direita, 57, Óbidos, Portugal
Eduardo Augusto d'Oliveira Morais Melo Jorge Malta (Covilhã, 28 out. 1900-Óbidos, 31 maio 1967) Filho de Manuel Morais, era parente do escultor Manuel Morais da Silva Ramos (1806-1872) e do escritor Raul Brandão (1867-1930). Desde a infância exibiu os seus dotes de artista. Aos 4 anos de idade já fazia desenhos de espantar e aos 9 imitava na perfeição os selos postais. Foi, assim, que, com toda a naturalidade, depois de concluídos os estudos primários na Covilhã, se matriculou com 10 anos de idade na Escola de Belas Artes do Porto, contrariando o desejo do seu pai de o ver seguir Medicina, mas cumprindo a sua vocação. Nos sete anos seguintes estudou naquela escola, tendo por mestre, entre outros, o pintor naturalista Marques de Oliveira (1853-1927). Durante a sua carreira retratou políticos, membros da alta sociedade e das artes, de Portugal, Espanha e Brasil, e ainda figuras do povo, partilhando com Henrique Medina (1901-1989) o epíteto de retratista do regime, embora produzindo outro tipo de obras, como estudos de nus (desenhos e pinturas), ilustrações e desenhos destinados a livros, etc., inclusivamente, obras literárias. Não tendo sido, nunca, uma figura consensual, a sua verdadeira aversão a tudo o que dizia respeito à chamada Arte Moderna, levaram-no a envolver-se em várias polémicas, inclusivamente, em 1952, à sua expulsão da Sociedade Nacional de Belas Artes e ao encerramento temporário desta instituição. Sete anos mais tarde, em 1959, ao ser nomeado Diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea (1959-1967), sucedendo ao escultor Diogo de Macedo (1889-1959), como altamente conservador e academista, foi alvo de vivos protestos de artistas e críticos de arte.
O Museu Municipal de Óbidos foi inaugurado a 15 de junho de 1970, pelo então presidente da República, almirante Américo Deus Rodrigues Tomás (1894-1987) o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Alves Cerejeira (1888-1977) e diversas autoridades do Governo, ocupando um palacete dos meados do século XVII e XVIII, que chegou a servir também de prisão municipal e, no XX, foi residência do pintor Eduardo Malta (1900-1967), que lhe deu parte do aspeto de palácio que hoje apresenta. Foi seu primeiro diretor o então presidente da Câmara, Albino de Castro e Sousa (1922-1984). A exposição permanente testemunha a ação das colegiadas religiosas, paróquias, da Santa Casa da Misericórdia de Óbidos e outras entidades, destacando-se a coleção de pintura dos séculos XVI e XVII, onde constam obras de Belchior de Matos (1570-1628), André Reinoso (c. 1590-1650), ativo entre entre 1610 e 1641, e Josefa d’Óbidos (1630-1684).