Recibo da entrega de sinetas de bronze para a fundição das moedas Maluco ou Badalada de D. Maria II, Casa da Moeda de Angra, 12 de setembro de 1829, ilha Terceira, Açores
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Descrição
Recibo da entrega de sinetas de bronze para a fundição das moedas Maluco ou Badalada de D. Maria II.
(1819-1853)
Fundição depois em Angra do Heroísmo, fortaleza de São João Batista do Monte Brasil, 80 reis, 1829.
Entrega do conselheiro Teotónio de Ornelas Bruges Ávila (1807-1870) depois visconde Bruges e conde da Praia.
Assina António Ramos Silveira Coutinho, escrivão e guarda dos livros da Casa da Moeda de Angra, 12 de setembro de 1829.
Arquivo e Biblioteca Pública de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores.
Moeda obsidional, fundida para circular nos Açores. Esta moeda ficou conhecida por Maluco ou Badalada, dois nomes sugestivos que lembram a sua origem. Badaladas porque foram feitas dos sinos das igrejas (badalos) e daí deriva também o nome de Maluco, pois o povo ao ver arrear das igrejas e ermidas os seus sinos, só poderia, no mínimo, considerar uma medida não muito ajuizada, pois os sinos marcavam a vida das populações, desde regular o trabalho, como servir de meio de comunicação e até como devoção. A necessidade de afirmar D. Maria II, como a legítima rainha de Portugal, e a falta de moeda na época, levaram a Junta Governativa, instalada em Angra, a 12 de abril de 1829, mandar recolher o que houvesse de prata velha, sinos pequenos, sinetas e outras peças de cobre e bronze, para obter moeda, o que mais de 200 anos antes já sido feito também com a aclamação em Angra de D. António, Prior do Crato (1531-1595). Estes exemplares foram fundidos por ordem de 7 de maio de 1829, em dependência do Castelo de São João Batista, seguindo de perto o modelo da peça em ouro, cunhada no Rio de Janeiro, na regência do príncipe D. João e um exemplar foi exumado nas obras do novo hotel Zenite em Angra do Heroísmo, na Rua de Jesus, tendo o arquiteto José Castro Parreira, responsável pelo arranjo do mesmo, sob orientação de Nini Andrade e Silva, reproduzido numa das paredes interiores, esta simbólica moeda que carrega em si uma das mais belas páginas da história portuguesa. A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e os CTTs associaram-se à divulgação da descoberta, editando uma reprodução desta moeda e um selo comemorativo (texto adaptado de António Couto, História e Memória, 7 de maio de 2021).
D. Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Luísa Gonzaga de Bragança e Áustria, depois D. Maria II de Portugal (Palácio da Boavista, Rio de Janeiro, 4 abr. 1819; Palácio das Necessidades, Lisboa, 15 nov. 1853). Filha dos infantes D. Pedro e de D. Leopoldina, foi ajustado o seu casamento com o tio, o infante D. Miguel (1802-1866), em 2 maio 1826, quando tinha 7 anos de idade, celebrado por procuração em Viena, em 29 out. 1826, mas não confirmado depois. Viria a ser aclamada rainha com 15 anos, em 1834. Casaria a 21 jan. 1835 com Augusto de Beauharnais (1810-1835), duque de Leuchtenberg e irmão da sua madrasta, D. Maria Amélia de Leuchtenberg (1812-1873) e que acompanhara a irmã para o Brasil, mas marido que faleceria 2 meses depois em Lisboa e, em março e em 9 abr. 1836, com o primo D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota (1816-1885). A rainha viria depois a falecer em Lisboa, no palácio das Necessidades, com 34 anos, vítima do 11.º parto, quando dos 2 anteriores já experimentara francas dificuldades.