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Arquipelago de Origem:
Planalto de Mueda
Data da Peça:
1970-00-00
Data de Publicação:
15/05/2025
Autor:
Artifice Makonde
Chegada ao Arquipélago:
2025-05-15
Proprietário da Peça:
Privado
Proprietário da Imagem:
Sotheby's Paris 2007
Autor da Imagem:
Sotheby's Paris 2007
Pote Makonde de leilão Sotheby's, Paris, de setembro de 2007, Planalto de Mueda, 1970 (c.), Moçambique.

Categorias
    Descrição
    Pote Makonde.
    Pot en terre cuite, Makondé, Mozambique.
    Terracota moldada, gravada e patinada, 58, 5 cm. (diâmetro)
    Escultor  Makonde, 1970 (c.), Planalto de Mueda, Moçambique.
    Leilão Sotheby's, Paris, The Marc And Denyse Ginzberg Collection, African Forms, 10 de setembro de 2007, lote 137, avaliado entre 2.800 e 4.500 euros, França.

    De forme globulaire, à fond arrondi et col évasé, la partie supérieure de la panse ornée de motifs de feuilles et de bandes de chevrons incisés, rehaussés de kaolin. Patine gris-beige.
    Exhibited: African Forms, Cornell, 2004; exposto: Ginzberg, 2000 : 91; Cameron, African Arts, été 2001 : 52.
    Os Makondes são um povo da África oriental que habita 3 planaltos do norte de Moçambique, as margens do Rovuma e o sul da Tanzânia, na ordem de 1.260.000 indivíduos, mantendo ainda aspetos da sua religião animista  tradicional, embora a maior parte da população seja hoje cristã. Têm como atividades principais, a agricultura e, hoje, são essencialmente conhecidos pela sua escultura, onde se reflete visualmente muito da sua cultura, como a antiga utilização de batoque labiais, a mutilação dos dentes incisivos e as abundantes tatuagens, aspetos hoje já muito pouco usados. São um povo Bantu, provavelmente originário de uma zona a sul do lago Niassa, na fronteira entre Moçambique, Malawi e Tanzânia, apresentando semelhanças culturais com o povo Chewa, que ainda hoje habita aquela vasta zona, devendo ter pertencido, em tempos remotos, a uma grande federação Marave, que teria iniciado a sua migração para nordeste, ao longo do vale do rio Lugenda. Mantiveram-se muito isolados até tarde e só nos inícios do século XX é que os portugueses, que colonizavam Moçambique, conseguiram controlar as zonas por eles habitadas, dada a sua instalação em planaltos e florestas densas, tal como por terem ganho uma certa imagem de violentos e irascíveis, ajudando à criação dessa imagem o cortarem os dentes da frente para implantarem batoques labiais (lip plug), ou seja, o adorno nndoma ou ndonya, cobrindo o corpo com abundantes tatuagens relevadas e conseguindo, assim, manter uma forte coesão cultural. Nesse quadro, as missões católicas só se conseguem fixar nos seus territórios a partir dos anos 20 do passado século, tendo as conversões ao cristianismo começado apenas por volta de 1930.