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Arquipelago de Origem:
Mascate
Data da Peça:
1588-00-00
Data de Publicação:
22/11/2024
Autor:
Mestre português de 1588
Chegada ao Arquipélago:
2024-11-22
Proprietário da Peça:
Museu do Forte Al-Mirani
Proprietário da Imagem:
SIPA Forte de Sacavem
Autor da Imagem:
SIPA Forte de Sacavém
Portal e inscrição fundacional do forte do Almirante ou Al-Mirani, 1588, Muscate, antiga Mascate, Sultanato de Oman ou Omã

Categorias
    Descrição
    Portal e inscrição fundacional do forte do Almirante
    Al-Mirani, reconstrução de 1588 e seguintes
    Fotografia SIPA 806942, de 2000 (c.).
    Muscate, antiga Mascate, Sultanato de Oman ou Omã

    A presença portuguesa nesta cidade iniciou-se em 1507 com a fundação de uma feitoria por Afonso de Albuquerque (c. 1453-1515) , essencial no controlo geoestratégico e comercial da região. Os fortes do Almirante, Al Mirani e de São João, Al Jalali, foram mandados construir por ordem do vice-rei D. Duarte de Meneses (1537-1588), que ocupou o cargo entre 1584 e 1588, mas apenas terão sido terminados pelo seu sucessor, D. Manuel de Sousa Coutinho (1540-1591), que assumiu o cargo de governador em maio daquele ano de 1588. O núcleo fortificado foi executado pelo madeirense Belchior Calaça,  seguindo, porém, os planos do engenheiro militar italiano Giovanni Battista Cairati (c. 1520-1596), conforme indicado na lápide ainda hoje existente: Reinando ho mui alto he poderoso Filippe primeiro deste nome Rey he Senhor Nosso no houtavo ano de seu reinado na coroa de Portugal mandou por Don Duarte de Menezes seu Vizo-Rei da Índia que se ­fizesse esta fortaleza a qual fez Belchior Calaça seu primeiro capitão e fundador – 1588. A estrutura defensiva incluía, ainda, um pátio com uma cisterna e uma capela, ainda sobrevivente, com uma geometria circular de pequena escala, dotada de cúpula e de um portal em calcário, composto por elementos que lembram anterior gosto manuelino e uma porta para as traseiras, com inscrições alusivas a Nossa Senhora.
    A 30 de outubro de 1648, procuraram portugueses e omanitas negociar umas tréguas que trouxessem alguma acalmia à região e, no caso dos portugueses, que permitisse aguardar por algum apoio naval desde Goa. É neste contexto que o Xeque Imã Nasir ibn Murshid (r. 1624–1649) e o capitão-geral de Mascate, Gil Eanes de Noronha (c. 1602-1664) assinam um tratado de paz e de comércio, na presença dos xeques locais, entre os quais Al Casimi, mas cujos efeitos se revelaram bastante fugazes. As cláusulas do tratado incidiam, especialmente, sobre a liberdade mútua para participar no comércio da região, sem impostos ou limitações, e sobre as tréguas nos ataques às forças do lado oposto, o que passou pela destruição de alguns fortes vizinhos (os que os portugueses tinham em Curiate, Doba e Matará, e o que os omanitas tinham também em Matará) e pela inibição de erguer novas construções militares. Após a morte do imã, em 1649, o seu sucessor, o sultão ibn Saif al-Ya’rubi (r. 1649–1679) lideraria as forças omanitas na captura definitiva de Mascate aos portugueses, tendo a fortaleza sido definitivamente perdida em 1650.
    Tendo passado por várias intervenções menos felizes, como na década de 80 do século passado, veio a albergar um pequeno museu local na década de 2020.