Porta de residência senhorial urbana, reforma de 1800 (c.) e seguintes, Rua da Carreira, n.º 215, Funchal, ilha da Madeira
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Descrição
Porta de residência senhorial urbana.
Reforma de 1800 (c.) e seguintes
Residência da família de Manuel Pimenta de Aguiar (1765-1832), onde, em 1853, ficou Isabella de França (1797-1880) e o marido José Henrique de França (1802-1886); passando depois à família do Dr. Manuel José Vieira (1836-1912), chegando este troço da Rua da Carreira e ter o seu nome.
Consulado do Brasil.
Fotografia de Paulo Santos Perneta, 18 de março de 2012.
Rua da Carreira, n.º 215, Funchal, ilha da Madeira.
Isabella Hurst de França (1797; 20 de julho de 1880) casara recentemente (3 ago. 1852) com o morgado José Henrique de França (Covent Garden, Londres, 1802; Southanpton, 15 de dezembro de 1886), proprietário na Calheta, mas já radicado como o pai em Inglaterra, como comerciante e que, pontualmente, já se havia deslocado à Madeira, como por 1825, altura em que prestou serviço militar na fortaleza de São Tiago do Funchal, então quartel das milícias do Funchal, tal como em abril de 1826 e abril de 1829, pelo menos. A vinda à Madeira em 1853, foi para preparar a liquidação dos bens que aqui possuía, e que não eram poucos, especialmente o seu morgadio da Estreito da Calheta, dado saber da próxima extinção dos morgadios proposta em 1841, por António Correia de Herédia (1822-1899), sob o pseudónimo de O Ingénuo (O Imparcial, n.º 41, 26 abr. 1841) e, depois, em nome próprio, como Reflexões sobre a abolição dos morgados da Madeira, 1849. A abolição foi depois oficialmente proposta pelo deputado Daniel de Ornelas e Vasconcelos (1800-1878), barão de São Pedro (12 ago. 1845), em 1849, depois prologada pela lei de 19 de maio de 1863.
Manuel Caetano Pimenta de Aguiar (Funchal, 16 maio 1765; Lisboa, 19 fev. 1832) Filho do Dr. Bartolomeu Luís Pimenta de Aguiar, curador geral dos órfãos do Funchal, aos treze anos seguiu para Lisboa a fim de frequentar o Real Colégio dos Nobres, envolvendo-se depois também nas campanhas militares dos finais do século XVIII, onde alcançou o posto de capitão e foi condecorado com a Legião de Honra. Abandonando a vida militar e radicado entre Lisboa e o Funchal, dedicou-se às letras, produzindo uma interessante coleção de tragédias, representando por duas vezes a Madeira no parlamento de Lisboa.
Dr. Manuel José Vieira (Funchal, 7 ago. 1836-Idem, 12 jun. 1912), depois conselheiro (1901), casara com D. Filomena Perestrelo da Câmara, de quem teve dois filho: Manuel José Perestrelo Favila Vieira (1874-1923) e D. Ema Luísa Perestrelo Vieira Pereira (), casada com o major João Augusto Pereira (1875-1915), deputado pela Madeira em Lisboa. Bacharel pela Universidade de Coimbra e professor do Liceu do Funchal, militou no Partido Constituinte e, depois no Progressista, de que veio a assumir a chefia no Distrito e, assim, foi várias vezes deputado em Lisboa, ocupando quase todos os principais lugares políticos e de chefia locais entre a presidência da Junta Geral e da Câmara do Funchal, Caminho-de-ferro do Monte, Aliança Madeirense, etc., ainda sendo membro de vários institutos culturais de Coimbra, Lisboa e Funchal.