Pormenor dos Anjos músicos da Assunção da Virgem, pintura a óleo da oficina de Diogo Contreiras, 1570 (c.), convento de Santa Clara do Funchal, ilha da Madeira.
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Descrição
Anjos músicos da Assunção da Virgem
Pormenor de pintura a óleo sobre madeira, 109 x 80 cm.
Assunção e Coroação da Virgem com Doadora da oficina de Diogo Contreiras (1500-1570), 1570 (c.).
Antigamente no coro baixo do convento.
Fotografia de Filipe Matos da DRC, junho de 2023.
Sala de exposição permanente do Convento de Santa Clara do Funchal, ilha da Madeira
Cronologia:
Séc. 15, c. 1450 - construção da capela da Conceição, dita "de cima" de que resta o portal, vindo do continente; 1470, cerca - enterramento de Martim Mendes de Vasconcelos (c. 1425-1470) num carneiro ali construído; 1480, 11 set. - 2º capitão, João Gonçalves da Câmara (c. 1414-1501), compra a Rui Teixeira e Branca Ferreira propriedade do Curral para o futuro convento; 1488, 17 jul. - o duque D. Manuel informa do breve que autoriza a sua construção; 1492 - início das obras sob orientação de D. Constança de Noronha e do mestre João Gonçalves enviado de Tomar; 1492 - reforma do túmulo de Martim Mendes de Vasconcelos (c. 1425-1470); 1495, 1 abr. - breve do papa Alexandre VI referindo as celas para o convento; 1496, nov. - informação camarária para se reservar farinha para as freiras fazerem a suas confeções de Natal, deduzindo-se que haviam então já se instalado; 1526 - D. Isabel de Noronha assume a administração do convento; 1527, 3 jan. - contrato com Gomes Annes e o bacharel Lopo Dias para a construção de um aqueduto do Pico dos Frias; 1530, cerca - feitura de um altar, de que restam 2 tábuas com imagens de Santo António e do arcanjo São Miguel, atribuídas ao mestre de Ferreirim; 1550 - construção de altar, de que resta uma Assunção da Virgem, atribuível a Diogo de Contreiras (1500-1570); 1555 - saída do 5.º capitão do Funchal Simão II Gonçalves da Câmara (1512-1580) para Lisboa, passando a residir na Corte; 1566, out. - ataque dos corsários franceses ao Funchal e fuga das freiras para o Curral; 1576, 20 ago. - título de condes da Calheta para os padroeiros e proprietários do convento, na pessoa de 5º capitão do Funchal; 1578, 25 out. - contrato das freiras cedendo dois terços das "suas" águas com os co-proprietários da quinta: Francisco, Gaspar e Diogo Frias ao Colégio dos Jesuítas do Funchal; 1580, 4 mar. - falecimento do 5º capitão do Funchal e 1.º conde da Calheta, entrando o padroado do convento para a Casa Castelo Melhor; 1590, cerca - construção do altar do coro-baixo com pintura atribuível a Fernão Gomes (nasc. Hernán Gómez Román, 1548-1612); Séc. 17, inícios - construção do altar entalhado do coro de cima; 1620 - data provável do óleo atribuído a Diogo Contreiras e existente no coro-baixo; 1630 (c.) - vinda das oficinas de Lisboa de azulejos maneiristas com nagas ou nagiras, de influência indiana, depois passados para o alto das paredes da igreja; 1641 - data do óleo do antigo altar de Santo António; 1644 e seguintes - reforma da organização do arquivo do convento pelo Dr. Sebastião de Teive (livro na Torre do Tombo); 1650 - revestimento azulejar da parede da igreja com padrão Santa Clara (1635-1660), padrão comum a vários mosteiros de clarissas e padrão Marvila (1622-1674), o maior padrão alguma vez produzido, de 144 azulejos diferentes, em padrão 12 x 12; e construção da capela de São Domingos de Amarante decorada pelo entalhador Manuel Pereira (c. 1605-1679) e pelo pintor Martim Conrado; 1661 - encomenda de um sacrário ao prateiro Simão Lopes, que haveria de fugir com a prata para o Brasil; 1664 - protesto das freiras pelo desvio da "sua água", saindo do convento e quebrando a clausura; 1667 - obras nos coros e colocação dos azulejos na nave da igreja; 1671, 12 ago. - obras no altar-mor para instalação do sacrário de prata feito então pelos prateiros António Araújo, António Neto e António Soares, pelo entalhador Manuel Pereira (c. 1605-1679); 1720 - o convento possuía 170 freiras professas, 100 educandas, "além das servas para o serviço comum e particular", que se repartiam por 12 dormitórios; 1720 a 1750 - pintura do teto de caixotão da igreja do convento; 1733 - data do retábulo de relíquias do claustro; 1736 - data do novo cadeiral de baixo e da cadeira do prelado; 1759 - data da cruz de cantaria num nicho do claustro; 1764 - proibição de entrada de noviças e controlo dos bens de raiz pelo governo do conde de Oeiras (Sebastião José de Carvalho e Melo, 1699-1782), futuro marquês de Pombal; 1769, 22 fev. - mudança do túmulo de Zarco da capela-mor para o coro de baixo, de que só ficou o modelo de madeira; 1793 - existiam 63 religiosas, pelo que se pediu ao rei a entrada de 17 noviças; 1796, 22 mar. - o número de religiosas não chegava a 80; Séc. 18, finais - execução dos altares da igreja e do púlpito atribuíveis ao mestre entalhador Estêvão Teixeira de Nóbrega (1746-1833); feitura do órgão positivo para o coro-baixo, por organeiro de origem italiana; 1797 a 1799 - pinturas Nicolau Ferreira Duarte (1731-c. 1800) nos altares da nave; 1807, 26 dez. - transferência das freiras da Encarnação para Santa Clara, para instalação das forças inglesas; 1821 - extinção dos conventos; 1834 - reivindicação da propriedade do convento pela casa dos marqueses de Castelo Melhor; 1890, nov. - morte da última freira, Maria Amélia do Patrocínio, mas ainda ali ficando a residir algumas "pupilas"; 1896 - entrega do convento à Congregação das Franciscanas Missionárias de Maria; 1910 - saída das Irmãs Missionárias; 1912, 31 out. e 1913, 22 set. - decretos de cedência das instalações à Câmara Municipal do Funchal, Santa Casa da Misericórdia e Auxílio Maternal; 1914 - circulação da intenção de instalar no convento um Museu Regional; 1917, 12 dez. - submarino alemão bombardeia o Funchal, atingindo a igreja, cuja capela-mor fica parcialmente destruída; 1927, 25 jan. e 12 jun. - cedência do convento à Associação Auxiliar das Missões Ultramarinas para instalação de um colégio missionário; 1928 - regresso das Irmãs Missionárias; 1931 - início da divulgação da imagem da Virgem de Fátima, como Padroeira de Portugal, da autoria de José Ferreira Thedim (1892-1971), uma das quais na igreja de Santa Clara; 1940 - larga campanha mariana, iniciada com o Congresso de Braga, de que resulta a marcha sobre Lisboa de Manuel Gomes da Costa (1863-1929), a 28 maio 1936, a Ditadura Militar, a subida ao poder de Salazar (1889-1970) e a excecional profusão de Imagens da Imaculada; 1940, 26 set. - publicação de Decreto nº 30 762, no DG, 1.ª série, n.º 225, determinando a classificação da Igreja e todas as dependências existentes no Mosteiro de Santa Clara como Monumento Nacional; 01 nov. - publicação do Decreto nº 30 838, DG, 1.ª série, n.º 254, suspendendo o decreto n.º 30 762, de 26 set. do mesmo ano, relativamente à classificação de imóveis de propriedade particular; 1951 - exposição de ourivesaria sacra no Convento, com vista ao futuro acervo do Museu de Arte Sacra; 1954 - exposição de esculturas religiosas; 1958 - transformação em Colégio Missionário Ultramarino do Funchal; 1962 - incêndio destrói 2 grandes salas na ala frente à Cç. de Santa Clara e pátio interior; 1997, abr. - cedência de uma parte da cerca para instalação da secção de azulejos da Casa-Museu Dr. Frederico de Freitas; 2000 , abr. - edição do Convento de Santa Clara do Funchal, Madeira - Roteiro, de Rui Carita, que na edição da DRAC, se acrescentou também Alda Pereira e a Irmã Ludovina Lavado, trabalho com coordenação de José de Sainz-Trueva, design de Pedro Clode e fotografia de Roberto Pereira; 2001 , jan. - levantamento para elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN (não executado); 2009 a 2010 - início dos estudos pela então DRAC para uma ampla campanha de reabilitação do convento; 2016 - retoma do projeto de reabilitação do convento; 2017, maio - início da colaboração de técnicos do Instituto José de Figueiredo nas obras equacionadas; 2020-2023 - campanha de obras gerais de reabilitação, envolvendo igreja, claustro e duas salas de exposição permanente; 2020, 25 ago. - divulgação oficial das verbas gerais das obras de reabilitação na visita oficial do secretário da tutela do dia anterior; 2023, 9 maio - inauguração da área visitável do convento com duas salas de exposições permanentes e a edição de folheto/roteiro; 12 ago. - nova visita oficial anunciando a candidatura das obras inauguradas a 9 maio ao prémio AR & PA 2023 e que, entre maio e junho, o convento fora alvo de 4.500 visitantes; 2024, 25 jan. - visita guiada comentada por Francisco Clode de Sousa e Rita Rodrigues, objeto de mais de uma centena de participantes;