Pormenor das Armas de Portugal do olifante sapi-português do National Museum of African Art, Washington, Serra Leoa, 1495 a 1525, Washington D.C., Estados Unidos da América.
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Descrição
Pormenor das armas de Portugal do olifante do NMAfA.
Hunting horn ou trompa de caça com as armas de D. Manuel I (1469-1521) e dos Reis Católicos.
Marfim entalhado, 64,2 x 16,4 x 9 cm.
Oficina sapi-portuguesa, 1495 a 1525.
Serra Leoa
Fotografia de Franko Khoury, 16 de fevereiro de 2006, National Museum of African Art, Smithsonian Institution para Walt Disney-Tishman Collection.
Museu Nacional de Arte Africana (The Walt Disney Company, 2005-6-9), Washington D.C., Estados Unidos da América.
Ostentando as armas de D. Manuel I, com a Cruz de Cristo, as esferas armilares e a divisa ALEU, que significa alodial, ou seja com propriedade anterior, foi uma das divisas utilizadas pela Casa de Avis e seus diretos colaboradores, como D. Pedro de Meneses (c. 1370-1437), governador de Ceuta, tal como as armas dos Reis Católicos, Fernando II (1452–1516), rei de Aragão, Sicília e Nápoles e Isabel (1451–1504), rainha de Castela e Leão, com a divisa TANTO MONTA. As gravações parecem inspirar-se nas publicadas no Horae Beatae Mariae Virginis, publicado em Paris, em 1498. Existe exemplar semelhante na Galeria Nacional da Austrália (Ass. N.º 79.2148.A-B), em Canberra, proveniente da galeria Entwistle de Paris, França, que o vendeu em novembro de 1978, em Madrid, somente com as armas de D. Manuel, hoje exposto no Museu Nacional de Artes Decorativas (DE21348) e no The British Museum (Af 1979,01.3156), em principio, adquirido a Sir Hans Sloane (1660–1753), dado constar das descrições da sua coleção (Miscellanies (Sl.723), 1753 (c.), no Museu Nacional de Arte Antiga (Inv. 989 DIV), em Lisboa, com brasão de armas e Cruz de Cristo, tal como em outros locais. Este grupo de peças tem sido atribuído às oficinas da Serra Leoa com base no relatório de 1506/10 do informador e editor Valentim Fernandes (c. 1450-1519), conhecido pelo manuscrito deste impressor, Códice da Biblioteca de Munique ou Relação de Diogo Gomes, que forneceu os dados, onde se escreveu que os habitantes desta área possuíam especial talento manual para a execução de saleiros de marfim e de colheres, executando as gravações com base em desenhos que lhes forneciam. Nos inventários do guarda-roupa de D. Manuel, figuravam 4 exemplares destas trompas africanas e, hoje, ao que saibamos, foram registadas pelo menos 41 trompas de marfim sapi-portuguesas, assim como 63 saleiros - completos ou fragmentados - 3 pixides, 3 punhais ou cabos de punhais, 8 colheres e 3 garfos, todos eles da autoria dos escultores da Serra Leoa, também provavelmente responsáveis pelas figuras de pedra ditas nomolis, mas numa outra qualidade.