Projeto de instalação das plataformas das 3 peças C.T.R. de 15 cm
Bateria do Pico da Cruz
Tinta sobre papel.
Funchal,  maio de 1940.
Arquivo do Museu Militar da Madeira (AMMM), pasta Construção da Bateria de Costa n.º 2 1940-1945.

As peças Krupp 15/40 CTR m/902 desta bateria com um alcance de 14 km., tinham um calibre de 15 cm. e o comprimento da peça era de 6 metros, com 44 estrias, a elevação máxima era de 25 graus e a depressão máxima de 5 graus. O peso da peça era cerca de 4700 kg. e o peso do reparo 5995 kg. Na sua chegada foi necessário alugar e montar um guindaste no molhe da Pontinha, pois o que acompanha o material, vinha noutra embarcação que fora desviada para os Açores. O transporte até ao Pico da Cruz foi, segundo a descrição “difícil e moroso devido ao peso avultado do dito material cujas peças mais pesadas tiveram que ser levantadas com o guindaste para poderem ser carregadas nos camiões que as transportaram”.  Ao chegar ao topo do pico, que era o único local onde havia estrada, foi necessário montar um guincho e um cursão para facilitar a descida dos materiais até ao local de instalação. O declive e a distância a percorrer tornaram os trabalhos extremamente difíceis e penosos. É de referir que o tubo que compunha o cano da primeira peça levou 2 dias a percorrer cerca de 200 metros e que os pedestais das peças frequentemente enterravam-se no solo, sendo necessário recorrer a ferramentas manuais para a sua libertação. O capitão de Engenharia Floriano Bernardo das Neves afirma ainda que o material deslocado para a Madeira, se encontrava colocado na frente marítima de Lisboa e que não havia sofrido qualquer beneficiação antes do seu envio, encontrando-se mesmo com alguma ferrugem em determinadas peças.
Pub. por Fábio David Vasconcelos Rodrigues, O Aparelho Defensivo da Madeira na Segunda Guerra Mundial, dissertação do 2º Ciclo de Estudos do Mestrado de Gestão Cultural com orientação de Rui Carita, apresentada na Universidade da Madeira em agosto de 2022, ilha da Madeira, Fig. 20.