Pio XI na abertura das atas do Primeiro Congresso Mariano Nacional. Braga, 26 a 30 de maio de 1926, Portugal.
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Descrição
S. S. o Papa Pio XI
(1857- 1922-1939)
Abertura das atas do Primeiro Congresso Mariano Nacional
Braga, MCMXXVI - XXVI-XXX - 26 a 30 de maio de 1926.
Edição de Emprêsa “Acção Católica”. Braga, Portugal.
Papa Pio XI (nascido Ambrogio Damiano Achille Ratti; Desio, Milão, 31 maio 1857; papa a 6 fev. 1922; Roma, 10 fev. 1939). Bibliotecário da Biblioteca Ambrosiana em Milão, veio a assinar com o governo fascista de Benito Mussolini (1883, 1945), em 1929 o Tratado de São João de Latrão, regularizando as relações do Vaticano com o reino de Itália, resolvendo assim, a chamada "Questão Romana" que já havia sido, antes, objeto da encíclica Ubi arcano, na qual o papa dizia que "a Itália não tem e não terá o que temer da Santa Sé". O papa passou assim a ser reconhecido internacionalmente como um chefe de estado, assinando mais onze concordatas e cinco acordos internacionais, mas em breve as relações com Mussolini degradavam-se e em 1931, o papa publicava a encíclica Non abbiamo bisogno, escrita em italiano e onde se critica severamente o governo fascista italiano. Nesse mesmo ano de 1931, face à Grande Depressão e 40 anos depois da Rerum Novarum, Pio XI publica a encíclica Quadragesimo anno, onde condena o comunismo e o socialismo, mas também condena os abusos do capitalismo e do livre mercado, tal como a concentração de renda e de poder, afirmando que sem justiça social e caridade não se terá uma ordem económica justa, chamando a atenção para o papel do Estado no estabelecimento de regras para coibir os excessos do livre mercado. Em 1937 ainda sai a encíclica Mit brennender Sorge que condena a ideologia nazi, escrita em alemão e levada em segredo para a Alemanha, onde foi impressa e distribuída, ainda em segredo e em todas as paróquias lida num mesmo dia, durante a missa dominical.
Congresso que reuniu as principais figuras do conservadorismo católico, pressionado o golpe de estado militar de 28 de Maio de 1926, que teve como epicentro, precisamente, a cidade de Braga. “(...) Não é um simples ajuntamento de homens que se propõem discutir interesses materiais, passageiros, de relativa importância: é uma respeitável assembleia de milhares de congressistas de ambos os sexos e de tôdas as condições sociais, que toma a peito discutir interesses que visam a assegurar a verdadeira felicidade. Não é a população regionalista de uma diminuta parte do País que promove esta reunião grandiosa, é o País inteiro que em volta de Nossa Senhora se agrupa na manifestação exuberante da sua fé em Jesus Cristo e do seu amor à divina Mãe! O Congresso, pois, que hoje se inicia a dentro dos muros da velha cidade de Braga é um acontecimento histórico do mais alto significado (...)”.