Pente Chokwe com provável missionário do Tervuren Museum, 1925 (c.), Leste de Angola ou República Democrática do Congo.
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Descrição
Pente Chokwe com provável missionário.
Chokwe Figural Comb Angola
Cisakulo
Madeira entalhada e patinada, 17 cm.
Escultor Chokwe, 1925 (c.), Leste de Angola ou República Democrática do Congo.
Proveniente de aquisição a Mrs. Widow Léon A. Th. Rom (1860-1924) em 9 de outubro de 1925
Musée royal de l’Afrique centrale (Inv. EO.0.0.28741), Africa Museum, Tervuren, Bélgica.
Modelo de que se conhecem vários exemplares com uma figura humana mais ou menos nesta posição, de que este parece ser o exemplar mais antigo, figura por vezes decididamente de europeu face ao chapéu colonial e à indumentária, utilizando um banco articulado, mas também utilizando vários meios de locomoção, como bicicletas e cavalos, exemplares dados também como de escultor Chokwe ou Lwena ou Luena e mesmo Ovimbundo. Dado o largo conjunto, quase poderia equacionar tratar-se de encomendas para oferta aos comerciantes europeus, quando das suas visitas.
Os Chokwe, beneficiando do comércio de marfim, borracha, cera e escravos africanos, emergiram ao longo do século XIX na savana da atual República Democrática do Congo e Angola tornando-se parceiros comerciais ativos com os comerciantes da Europa e do Novo Mundo. Como importantes governantes regionais, o seu prestígio e poder reflete-se na arte que encomendavam para as suas cortes, como as esculturas dos seus antepassados, as cadeiras em que se sentavam para receber os comerciantes europeus, ou as máscaras para os seus ritos de passagem, onde se definia a coesão social. O ancestral dos Chokwe é o herói cultural Chibinda Ilunga, lendário caçador, em princípio, Luba e que tendo casado com a rainha Lunda Lueji A'Nkonde (c. 1635- c. 1670), deram origem ao reino Chokwe, que se separa assim do velho reino Lunda. A sua história em Angola foi levantada pelo general Henrique Augusto Dias de Carvalho (1843-1909), Expedição portuguesa ao Muatian vua (1884-1888). Ethnographia e historia tradicional dos povos da Lunda, 1890, mas a divulgação da sua escultura ficou a dever-se, especialmente, à investigadora Marie-Louise Bastin (1918-2000), La Sculpture Tshokwe, Paris, Alain et Françoise Chaffin, 1982. Este trabalho nasceu da constituição do Museu do Dundo, a partir de 1936, na sede da então Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), que convidou esta investigadora da Universidade Livre de Bruxelas e colaboradora do Musée Royal de l'Afrique Central, geralmente designado como Museu de Tervuren, a partir de 1961, a permanecer algum tempo naquele museu. Veio assim a nascer o reconhecimento internacional da Arte Chokwe como uma das mais refinadas escolas de escultura subsarianas e, quase em paralelo com a corte do Benim, atingindo as suas peças os mais altos preços nos mercados internacionais de arte.