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Arquipelago de Origem:
Pelourinho de Óbidos, 1513 (c.), Óbidos, Portugal.
Data da Peça:
1513-00-00
Data de Publicação:
Autor:
Mestre local
Chegada ao Arquipélago:
2025-10-28
Proprietário da Peça:
Câmara Municipal de Óbidos
Proprietário da Imagem:
Câmara Municipal de Óbidos
Autor da Imagem:
Câmara Municipal de Óbidos
Pelourinho de Óbidos, 1513 (c.), Óbidos, Portugal.

Categorias
    Descrição
    Pelourinho de Óbidos.
    Cantaria local esculpida, 1513 (c.).
    Com a igreja matriz de Santa Maria em segundo plano
    Fotografia da Câmara Municipal de 2020 (c.)
    Óbidos, Portugal.

    Coluna de pedra, símbolo do poder Municipal, apresenta as armas reais e o camaroeiro símbolo da rainha D. Leonor (1458-1525), mulher de D. João II (1455-1495) e irmã mais velha do rei D. Manuel (1469-1521). Óbidos tinha passado a fazer parte do dote das rainhas de Portugal desde o tempo do rei D. Dinis (1279-1325), que doou este castelo à rainha D. Isabel de Aragão (1271-1336),  por carta de arras de 24 de abril de 1282. No reinado de D. João II e com o desentendimento com a rainha D. Leonor, esta escolheu mesmo a povoação e seu castelo para residir com  maior permanência e isso, após o falecimento por acidente de seu filho único, o príncipe D. Afonso (1475-1491), em Santarém, a 13 de julho desse ano de 1491. As armas de Óbidos e das Caldas da Rainha foram então acrescentadas com uma rede ou camaroeiro e um pelicano, emblemas da rainha e do rei, simbolizando a dor e o sacrifício de terem perdido o filho. Este pelourinho, símbolo do poder municipal, no entanto, deve ter sido erigido no início do século XVI, na sequência da concessão do novo foral à Vila por parte do rei D. Manuel em 1513. Encontra-se por cima do chafariz da Praça de Santa Maria, mas deverá ter estado mais abaixo, em frente à Casa da Câmara, antigamente junto à Igreja de Santa Maria.
    A igreja de Santa Maria teria sido mesquita no período muçulmano e foi sagrada por D. Afonso Henriques (1109-1185) logo após a conquista da Vila, em 1148 e depois entregue a S. Teotónio (1082-1162), companheiro de D. Afonso Henriques e prior do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, mosteiro que teve depois o padroado até D. João III (1502-1557) o ter doado a sua mulher, a rainha D. Catarina de Áustria (1507-1578). O templo medieval fora profundamente reformado pela rainha D. Leonor (1458-1525) em finais do século XV, quando ali residiu com certa permanência, mas arrastando-se as obras pelo primeiro quartel do século XVI, tendo ficado dessa campanha a torre sineira, embora depois desmontada e de novo erguida e, de 1526-1528, já depois do falecimento de D. Leonor, o conjunto tumular de Nicolau Chanterene (1470-1551), que acolhe os restos do alcaide D. João de Noronha (1440-1525) e de sua mulher D. Isabel de Sousa. Com a doação a D. Catarina efetua-se a campanha de obras que constitui a configuração atual, com provável risco do arquiteto régio António Rodrigues  (ca 1525-1590) (Pedro Flor, 2002). As novas obras iniciaram-se no dia 15 de agosto de 1571, dia da Assunção de Nossa Senhora, em que foi lançada a primeira pedra da nova igreja, com procissão e grande aparato religioso, prosseguindo as obras sob a proteção da Rainha. Subsistem nos topos das naves laterais belissimas telas de André Reinoso, o Baptismo no Rio Jordão e a Transfiguração, enquanto que, a estrutura retabular central da capela-mor, atribuída ao pintor João da Costa, com um ciclo de oito pinturas dedicadas a Virgem Maria, deve datar de 1622.