Patena do cálice 1 do mosteiro de Arouca do MMIPo, 1511 a 1520 (c.), Porto, Portugal
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Descrição
Patena do cálice 1 do mosteiro de Arouca do MMIPo
Prata e esmalte de oficina portuguesa, 1511 a 1520 (c.)
Dimensões: 1,3 x 19 x 6 x 19,6 cm.
Peso: 256 g.
Mandado fazer por D. Melícia de Melo, adquirido por João Allen (1848), arrematado depois pelo reverendo Manuel de Cerqueira Vilaça Bacelar e legado pelo mesmo à Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Núcleo .04 Ourivesaria.
Museu com reforma de 2013 a 2015
Museu da Misericórdia do Porto, Rua das Flores, Porto, Portugal.
Patena circular com orla lisa, possuindo inscrição referente à encomendante, D. Melícia de Melo; parte circular rebaixada, onde se dispõe uma cercadura com nova inscrição; profusa decoração recortada a um elemento heráldico. Trata-se da representação emblemática da mencionada religiosa ( uma coluna enrolada por corda e ladeada por dois flagelos, com a sua divisa "abistis*mine*allii*graventur*); medalhão central decorado, no exterior, com vestígios de esmalte azul e, no interior do brasão, de esmalte preto. No verso do centro da patena dispõe-se uma representação de Cristo mostrando as mãos prefuradas, com vestígios de esmalte policromo, nomeadamente verde e vermelho. A patena possui a inscrição exterior "*ESTE*CALEZ*MANDOU*FAZER*A DEVOTA*DONA MELICIA*DE*MELO"; e no circulo interior, "*DA PACEM*DOMINE*DOMINE*YM*DIEBUS*NOSTRIS".
A encomodante deste cálice, D. Melícia de Melo, abadessa do mosteiro de Arouca entre 1511 e 1561, era filha de D. Álvaro Gonçalves Coutinho, marechal de Portugal, e de sua mulher, D. Brites de Melo Soares. o genealogista Felgueiras Gayo chama-lhe D. Micaela de Melo, mas tratar-se-à de um erro, até porque a avó materna tinha por nome D. Melícia Soares de Melo. Depois de 1834, e antes da secularização deste mosteiro, que teve lugar somente em 1886, as monjas encontravam-se em tais dificuldades económicas que, segundo informa Manuel Rodrigues Simões Júnior, e a partir das palavras da abadessa de então, os cálices foram vendidos por "neste mosteiro não haver nem cinco reis". Foram, então adquiridos pelo coleccionador João Allen e, posteriormente à sua morte, que ocorreu em 1848, fizeram parte do respectivo inventário orfanológico. Arrematados pelo padre Manuel Cerqueira de Vilaça Bacelar, respectivamente por 96$000 reis, que viriam, por sua disposição testamentária, a ser legados a instituições relacionadas com a Santa Casa da Misericórdia do Porto, tendo a presente por destino o Recolhimento de Órfãs de Nossa Senhora da Esperança.
O MMIPo, instalado no conjunto edificado onde funcionou a sede da Santa Casa do Porto desde os meados do XVI até 2013, conjunto que teve uma muito completa reconstrução nos meados do XVIII e foi, entretanto, adaptado a museu e inaugurado a 15 de julho de 2015. Em 2016 foi distinguido com o galardão de Melhor Museu do Ano pela APOM, para além de ter conquistado o prémio de Melhor Site e o de Melhor Incorporação com a aquisição de uma obra de Josefa d'Óbidos (1630-1684), a 28 de janeiro de 2016, na Sotheby’s de Nova Iorque, por 250 mil dólares (228.000 euros), voltando nos anos seguintes a ter outros prémios.