Órgão e grade do cadeiral da catedral de Placência, 1604 a 1650 (c.), Plasencia, Espanha
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Descrição
Grade do cadeiral da catedral de Plasencia depois das obras de 2011.
Órgão de Casai Elezgaray, 1600 a 1650.
Grade de ferro forjado, oficina de Juan Bautista Celma, terminada em 1604.
Cadeiral de madeira de nogueira esculpida e patinada, com alçados de embutidos de madeira posteriores.
Cadeiral da oficina de Rodrigo Alemán (1470-1542), 1498 a 1508 (c.) e seguintes.
Fotografia de 31 de agosto de 2012.
Catedral de Placência, Espanha.
O coro da catedral de Santa Maria de Placência apresenta 41 cadeiras na parte superior e 26 em baixo, obra principalmente do entalhador Rodrigo Alemán (Sigüenza, Guadalajara, 1470, Plasencia, 1542), que assinou contrato a 7 de junho de 1497, ainda para a catedral velha, onde o entalhador se obriga a realizar dois conjuntos de sillas del Coro, "en los cavos del coro", mas de acordo com o modelo do que seria o futuro coro na catedral nova, por um preço de 30.000 maravedís por cadeira. A obra seria realizada pelo mestre e seis oficiais e duraria um ano, o que não era coisa possível. Como vemos a assinatura do contrato é anterior a 1498, data em que o bispo Álvarez de Toledo estabeleceu o contrato de construção da Catedral Nueva com Enrique Egas. O entalhador Rodrigo Alemán executara o cadeiral de Toledo (1489-1496), o que lhe granjeara grande fama e daí que, no ano seguinte, assinou outro contrato com o cabido de Ciudad Rodrigo, a 1 jul. 1498, mas por 10 mil maravedis a cadeira, iniciando o trabalho em finais de 1499, com 4 ajudantes, mas em breve retirava-se para Plasencia, onde igualmente assinara contrato. O assunto acabou em tribunal, chegando os cabidos de Ciudad Rodrigo e Plasencia a um acordo a 27 mar. 1503, quando estava pronta a fila baixa do coro de Plasencia, passando o mestre a trabalhar alternadamente num lado e noutro. O cadeiral de Ciudad Rodrigo deveria estar pronto nos finais de 1505 ou inícios de 1506, arrastando-se o de Plasencia até 1508. Apresentam ambos um trabalho escultórico em madeira de nogueira com uma ampla e rica iconografia que segue a linha das cadeiras de coro internacionais dos séculos XV e XVI, com motivos tão variados que vão do religioso ao profano, mitológico, a raiar o obsceno, satírico, escatológico, fantástico, popular, etc.
Existem muitas dúvidas sobre o cadeiral hoje montado em Plasencia, que ainda teria sido montado na catedral velha, mas depois desmontado dada a construção da catedral Nova que levou à desmontagem da cabeceira da igreja inicial. Uma ata do cabido de 9 de novembro de 1565, refere que o cadeiral tinha vindo pouco tempo antes de uma casa particular onde estava arrecadado. Deve datar dessa data a substituição dos alçados superiores por uma obra ao gosto do norte de Itália com embutidos em marcenaria, encontrando-se uma das grandes cadeiras do primitivo cadeiral no Museu Nacional de Escultura de Valhadolid, com a particularidade de ter um baixo-relevo como espaldar e não um embutido de madeiras. A ter havido alterações nos espaldares superiores, repetiram-se, no entanto, os motivos anteriores, pois mantiveram-se as cadeiras dos Reis Católicos, Isabel de Castela (1451-1504) e Fernando de Aragão (1452-1516), mortos mais de 50 anos antes e mesmo depois de ali terem ocorrido as exéquias do neto, o imperador Carlos V (1500-1558).