Image
Arquipelago de Origem:
Óbidos
Data da Peça:
1615-00-00
Data de Publicação:
25/10/2025
Autor:
André Reinoso
Chegada ao Arquipélago:
2025-10-25
Proprietário da Peça:
Museu Municipal de Óbidos
Proprietário da Imagem:
Museu Municipal de Óbidos
Autor da Imagem:
Museu Municipal de Óbidos
Óleos de André Reinoso, 1615 (c.), do antigo convento capucho de São Miguel, Museu Municipal de Óbidos, Portugal

Categorias
    Descrição
    Óleos do antigo convento capucho de São Miguel de Óbidos.
    São Francisco de Assis e o Milagre da Porciúncula e Lamentação sobre Cristo Morto.  
    Oficina de André Reinoso (c. 1590-1650), 1615 (c.)
    Fotografia de 2020.
    Museu Municipal de Óbidos, Rua Direita, 57, Óbidos, Portugal.

    André Reinoso (c. 1590-1650) Apesar de se conhecer já grande parte da obra pictórica deste grande mestre, a sua biografia é, no entanto, quase desconhecida, situação que não estranha o facto de ter nascido no seio de uma família de Cristãos-novos, em princípio, de Viseu. Foi, para o seu tempo, no entanto, um dos mais notáveis e bem sucedidos pintores. Discípulo do mestre tardomaneirista Simão Rodrigues (1560-1629) (fortemente influenciado pelas tendências artísticas de Roma), Reinoso cedo enveredou por caminhos estéticos diversos, devido a uma adivinhável mas mal estudada passagem por centros peninsulares. Apesar de Reinoso ser de uma geração anterior a Baltazar Gomes de Figueira (1604-1674), ambos desenvolveram toda uma experiência pictural cortando com os modelos do Maneirismo e adotando soluções naturalistas que, entretanto, outros grandes mestres peninsulares exploravam também com especial interesse, devendo aquele ser apontado como, verdadeiramente, o primeiro pintor barroco português.
    O retábulo da igreja da Misericórdia só foi atribuído, numa segunda fase, a André Reinoso. Os motivos estão liminarmente expressos na documentação da época, quando o provedor João
    Delgado refere que o retábulo fosse “ao moderno […] mais perfeito e fermozo, com mui grande magestade, e não com muitas columnas e muitos painéis pequenos […]” e só poderiam ser conseguidos por “pintor de fama que com espírito fizesse a dita pintura”. O resultado final esteve, certamente, à altura das expectativas dos mesários da Misericórdia. Composto por duas tábuas de grandes dimensões, instaladas em 1628, representando a Visitação a Nossa Senhora e um Pentecostes. Sobre o arco das capelas colaterais existem outras duas telas de André Reinoso representando Cristo a caminho do Calvário e a Lamentação sobre Cristo Morto. As antigas telas do convento capucho de São Miguel, hoje no Museu Municipal representando S. Francisco
    de Assis e o Milagre da Porciúncula e outra Lamentação de Cristo Morto, são obras sublimes, de um finíssimo tratamento, ricas no tratamento cromático e composição das cenas, para além da força expressiva das figuras. Nas naves laterais da igreja de Santa Maria existem seis grandes telas de boa qualidade técnica, produção de oficinas de Lisboa (c. 1640), duas delas atribuídas por Vítor Serrão a André Reinoso: Transfiguração e Baptismo no rio Jordão.
    O Museu Municipal de Óbidos foi inaugurado a 15 de junho de 1970, pelo então presidente da República, almirante Américo Deus Rodrigues Tomás (1894-1987) o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Alves Cerejeira (1888-1977) e diversas autoridades do Governo, ocupando um palacete dos meados do século XVII e XVIII, que chegou a servir também de prisão municipal e, no XX, foi residência do pintor Eduardo Malta (1900-1967), que lhe deu parte do aspeto de palácio que hoje apresenta. Foi seu primeiro diretor o então presidente da Câmara, Albino de Castro e Sousa (1922-1984). A exposição permanente testemunha a ação das colegiadas religiosas, paróquias, da Santa Casa da Misericórdia de Óbidos e outras entidades, destacando-se a coleção de pintura dos séculos XVI e XVII, onde constam obras de Belchior de Matos (1570-1628), André Reinoso (c. 1590-1650), ativo entre entre 1610 e 1641, e Josefa d’Óbidos (1630-1684).