O Manuel Paulo das caricaturas e D. Duarte de Bragança, Luís Rocha in Revista do Diário, Funchal, 4 de fevereiro de 1996, ilha Madeira
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O Manuel Paulo das caricaturas
Luís Rocha in Revista do Diário, Funchal, 4 de fevereiro de 1996, ilha Madeira
D. Duarte de Bragança (1945-), Paulo Sá Braz (1919-2003), 1993.
Exemplar do ABM, ilha da Madeira
Manuel Paulo Sá Braz (Fx. 16 set. 1919-2003) Começou por estudar Desenho na então Escola Industrial e Comercial do Funchal, na Rua de Santa Maria Maior, com os pintores Alfredo Miguéis (1883-1943) e Américo Tavares, mas curso que acabou por não concluir, embora profissionalmente fosse a área que seguisse, a de desenhador de arquitetura e de construção civil. Num curto tempo viria a colaborar no mítico Re-Nhau-Nhau, por 1939 e 1940, motivado pelo também caricaturista João da Paz Fernandes Rosa, de quem era amigo e admirador, passando depois para o novo Comercio do Funchal, onde, a 1 de maio de 1974, publicaria o célebre cartoon com os anteriores membros de governo, à sombra da bananeira. Colaboraria, entretanto, pontualmente, nas publicações do Dr. António Loja (1934; -), como a revista Atlântico e a nova série do Re-Nhau-Nhau. Personalidade de excecional modéstia, praticamente, só veio a conceder uma única entrevista, ao jornalista Luís Rocha, publicada na Revista do Diário, Funchal, 4 de fevereiro de 1996, número que abre com a caricatura de D. Duarte de Bragança (1945-), com que havia ganho o prémio Caricatura Salão Livre 95, o qual recebera das mãos do também caricaturista Augusto Cid (1941-2019), em Oeiras.
D. Duarte Pio de Bragança (Berna, Suíça, 6 nov. 1945; -). Filho de D. Duarte Nuno de Bragança (Áustria, 23 set. 1907 - Lisboa, 24 dez. 1976), neto do ex-rei D. Miguel I e de D. Maria Francisca de Orleães Bragança (1914-1968), bisneta de D. Pedro II, que se haviam encontrado no Brasil, na esperança de reunirem nos seus descendentes as linhas dinásticas portuguesas, nasceu em Berna, na Suíça, tendo chegado de Portugal um pequeno caixote de terra, para nascer sobre terra portuguesa. Viveu com os pais durante o Estado Novo no palácio de São Marcos, em Coimbra, então propriedade da Fundação da Casa de Bragança, frequentando o colégio Nuno Álvares e o colégio jesuíta de Santo Tirso, ingressando com o irmão Miguel, em 1960, no Colégio Militar, tendo como precetor em Lisboa o capitão Júlio da Costa Pinto (1884-1969), neto de uma filha natural do infante D. Miguel e igualmente antigo aluno do Colégio Militar (190/1895), onde fora companheiro do infante D. Luís Filipe (1887-1908). D. Duarte frequentou depois e escola de helicópteros de Versalhes, tendo assim acesso ao curso de oficiais milicianos da Força Aérea, cumprindo serviço militar em Angola, entre 1968 a 1971, tendo o irmão Miguel (Berna, Suíça, 3 dez. 1946-), nos anos seguintes, cumprido o serviço militar em Moçambique. Passou, entretanto a presidir à Fundação D. Manuel II e, a 13 de maio de 1995, casou no mosteiro dos Jerónimos com Isabel Inês Castro Curvelo de Herédia (Lisboa, 22 nov. 1966- ) descendente do visconde da Ribeira Brava (1862-1918), casamento celebrado pelo cardeal patriarca de Lisboa D. António Ribeiro (1928-1998). Foi o primeiro casamento de um membro da família real portuguesa (ainda que Portugal viva num regime Republicano desde 1910) desde 1886 (D. Carlos e D. Amélia) e que contou com a presença de membros das várias casas reais europeias, de vários chefes de estado, de Portugal de países de expressão portuguesa e africanos, da escolta a cavalo do Colégio Militar, onde o duque de Bragança foi aluno, mas também de grupos folclóricos e outras associações, tendo a cerimónia sido transmitida pelo Canal 1 da RTP, situação perfeitamente inédita a todos os níveis.