Nave da matriz da Calheta, campanha de 1502 (c.) e seguintes, igreja matriz do Espírito Santo da Calheta, ilha da Madeira
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Descrição
Nave da matriz da Calheta.
Campanha inicial de 1502 (c.).
Ampliação de Jerónimo Jorge, 1609.
Fotografia de José Júlio, 9 de abril de 2022.
Igreja matriz do Espírito Santo da Calheta, ilha da Madeira.
Cronologia
Séc. 15, finais - Inicio da construção; 1502 c.: portais exteriores, quando da elevação da Calheta a vila ?; 1525 a 1529; execução das tábuas do inicial retábulo pela oficina de Jan Provoost; 1607 a 1609 - reconstrução pelo mestre das obras reais Jerónimo Jorge; 1611 - data da naveta de prata; 1639 - data do púlpito; 1660 c.: execução da capela do Santíssimo, com tela de Martim Conrado, retábulo de Manuel Pereira e importante sacrário de prata e grade; 1699 - data num dos arcos da nave; 1770 c. - levantamento do actual retábulo-mor; 1770 a 1790 - execução do cadeiral dos Irmãos; 1920 c.: colocação dos painéis de azulejos na capela-mor; 1954 - arranjo do empedrado do adro.
Autores
Pintores Jan Provoost e Martim Conrado; mestre das obras reais Jerónimo Jorge.
Tipologia
Arquitectura religiosa, manuelina e maneirista. Igreja manuelina de planta longitudinal adaptada na época maneirista a três naves, com fachada principal terminada em empena e interior da nave central e da capela-mor com tecto mudéjar, capela do Santíssimo com retábulo e tecto de caixotões maneiristas e retábulo-mor barroco.
Características Particulares
Igreja manuelina ampliada e decorativamente reformulada no séc. 17, em estilo maneirista, conseguindo em grande parte conciliar os dois estilos. Apesar de planimetricamente ter 3 naves, consegue manter o corte visual entre elas, como se apenas uma se tratasse, visto ter mantido os panos de muro, que rasgou esporadicamente por arcos plenos arquitravados, um deles conservando a decoração maneirista. O tecto mudéjar da capela-mor, sobre trompas de ângulo articula-se com o da nave, com tirantes assentes em elaborados cachorros. O tecto da Capela do Santíssimo, de caixotões maneiristas em pedra lavrada, é de muita boa qualidade. Os retábulos colaterais são barrocos, de estilo joanino e o mor é rococó. De destacar ainda a pia de água benta renascentista com decoração simples; o sacrário de ébano folheado a prata, formado por três corpos sobrepostos de excepcional qualidade de cinzelagem; e o cadeiral colocado a meia altura da nave central para os irmãos da confraria do Santíssimo, semelhante a outros da Ilha, de 1770 a 1790.