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Arquipelago de Origem:
Freguesia da Sé (Funchal)
Data da Peça:
1969-08-22
Data de Publicação:
13/03/2023
Autor:
Maria Mendonça e outros
Chegada ao Arquipélago:
2023-03-13
Proprietário da Peça:
Museu de Fotografia da Madeira
Proprietário da Imagem:
ABM/ARM
Autor da Imagem:
ABM/ARM/Perestrellos
Natália Correia no Pátio, Funchal, 22 de agosto de 1969, ilha da Madeira

Categorias
    Descrição
    Natália Correia no Pátio.
    (1923-1993)
    Com Maria Mendonça (1916-1997) e outros
    Fotografia Perestrellos, 22 de agosto de 1969, Museu de Fotografia da Madeira, Atelier Vicente's, inv. PER 2734
    Funchal, ilha da Madeira.

    Natália Correia (Pico, 13 set. 1923; Lisboa, 16 mar. 1993), que já vira livros seus de poesia e teatro proibidos, organizou uma monumental Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, Dos Cancioneiros Medievais à Actualidade, com 552 páginas, abrangendo sete séculos e meio de versos do mais puro vernáculo, com ilustrações de Cruzeiro Seixas (1920-2020). Das cantigas de escárnio e maldizer aos experimentalismos de E. M. de Melo e Castro (1932-2020), Herberto Hélder (1930-2015) e António Aragão (1921-2008), passando por Nicolau Tolentino (1740-1811), Bocage (1765-1805), Guerra Junqueiro (1850-1923), vários anónimos, Mário Cesariny (1923-2006), Jorge de Sena (1919-1978), José Carlos Ary dos Santos (1936-1984), Luíz Pacheco (1925-2008) ou a própria Natália, cabia tudo. Acabariam em tribunal, no ano seguinte, Natália Correia, Mário Cesariny de Vasconcelos, Ary dos Santos e Luís Pacheco.
    Natural da vila do Nordeste, na ilha de São Miguel, Açores, Maria Mendonça cedo descobriu os livros e aos 16 anos já escrevia para os jornais. Radicada no Funchal desde 1940, resgata da penhora o semanário Eco do Funchal. Ao longo de quase 20 anos (1951-1970) esteve à frente do periódico, cuja redação se localizava na Travessa do Freitas. Criou o suplemento infantil A Canoa, entregando a direção a Maria do Carmo Rodrigues. Comprou ainda o jornal humorístico Re-Nhau-Nhau, que tentou republicar após o 25 de Abril. Grande promotora do livro, cria a casa Editorial Eco do Funchal, lançando obras ainda hoje consideradas de referência. Organizou no café-restaurante O Pátio tertúlias e conferências, para as quais convidou intelectuais como Maria Lamas, Natália Correia e Vera Lagoa. Durante as décadas de 70 e 80, O Pátio foi um importante centro de encontro da intelectualidade madeirense. A jornalista adquiriu o recheio do estúdio da Photographia Vicente's, instalado no mesmo prédio, que vendeu em 79 ao Governo Regional, fazendo hoje parte do Museu de Fotografia da Madeira, Atelier Vicente's. Em 1986, voltou aos Açores, como Diretora Regional dos Assuntos Culturais e aí morreu aos 81 anos, em 1997. (Roteiro Mulheres do Funchal, n.º 25, 2020)