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Arquipelago de Origem:
Áustria
Data da Peça:
1912-00-00
Data de Publicação:
16/11/2023
Autor:
Egon Schiele
Chegada ao Arquipélago:
2023-11-16
Proprietário da Peça:
Privado
Proprietário da Imagem:
Christie's, NY, 2022
Autor da Imagem:
Christie's, NY, 2022
Mulher escondendo o rosto, aguarela de Egon Schiele, Áustria, 1912, Estados Unidos da América

Categorias
    Descrição
    Mulher escondendo o rosto
    Woman Hiding Her Face; frau das gesicht verbergend
    Aguarela, guache e crayon preto sobre papel mate, 31,5 x 48 cm.
    Egon Schiele (1890-1918), 1912
    Trabalho que integrou a coleção de Fritz Grünbaum (1880-1941), um "Cabaret Performer", que continha algumas dezenas de trabalhos deste autor e que os herdeiros, em 2016, conseguiram reaver, abrindo um precedente de inesperadas repercussões, passando então aos herdeiros.
    Foi a leilão na Christie's de Nova Iorque, a 17 de novembro de 2022, lote 3, sendo vendida por USD 2,580,000, ultrapassando a previsão da leiloeira, que era de 1,500,000 a 2,500,000.

    Egon Leo Adolf Ludwig Schiele (Tulln an der Donau, Áustria, 12 out. 1890-Viena, 31 out. 1918) foi um pintor austríaco, reconhecido como um dos principais representantes do expressionismo, com obras intensamente emocionais e provocativas que frequentemente exploram temas como a sexualidade, a morte e a identidade. Teve dificuldades na infância causadas pela pressão familiar na escolha de um futuro caminho profissional, o que o levou a um franco insucesso escolar. A situação só se alterou com o falecimento do pai, em 1905, tendo sido entregue a um tio e começando a estudar arte em Viena, em 1906 e, a partir de 1907, sob a proteção e orientação de Gustav Klimt (1862-1918). Nos primeiros anos da sua carreira, desenvolveu assim obras dentro do estilo do seu mentor, já com algum erotismo, mas também com um certo decorativismo da Art Nouveau. No entanto, em 1910, juntou-se ao grupo expressionista de artistas de Viena conhecido como a "Secessão de Viena", e a partir daí, as suas obras tornaram-se cada vez mais ousadas e emocionalmente carregadas, tal como a sua vida privada, chegando a ser preso por desvio de menores, tudo concorrendo para uma certa áurea transgressiva da sua vida e obra, acrescida do seu falecimento francamente novo. Tal tem levado, inclusivamente e nas últimas décadas, a um crescente interesse sobre a proveniência dos seus trabalhos, muitos dos quais dispersos e confiscados no quadro da II Grande Guerra e, entretanto, em museus e coleções particulares, correndo inúmeros processos, dado o alto valor económico dos mesmos trabalhos, visando a sua devolução aos iniciais proprietários e/ou seus descendentes e herdeiros.
    As pinturas de Egon Schiele apresentam figuras distorcidas e angulares que são expressivas e intensamente emocionais. Frequentemente pintou nus femininos em poses provocativas, tal como inúmeros autorretratos, sendo as suas obras consideradas controversas na época e, ainda hoje, chocantes e ofensivas pelo seu erotismo explícito e sem remorso. Além de pinturas, Schiele também produziu uma série de desenhos a lápis e aguarelas, muitos dos quais apresentavam retratos detalhados de amigos e colegas artistas, tal como de oficiais, pois que, cumprindo serviço militar em Praga, em 1916, já recolhendo alguma nomeada como pintor e escoltando muitas vezes prisioneiros russos e outros, veio a retrata-los. Faleceu tragicamente em 1918, com apenas 28 anos, durante a pandemia de gripe espanhola, o mesmo tendo acontecido, 3 dias antes, com a sua mulher. Apesar da sua curta carreira, a sua influência na arte do século XX foi significativa e é amplamente hoje considerado como um dos principais artistas expressionistas da história da arte ocidental.
    Os seus trabalhos, muitos dos quais apreendidos na II Grande Guerra pela Alemanha Nazi, como os da coleção de Fritz Grünbaum (1880-1941), um "Cabaret Performer", que continha algumas dezenas de trabalhos seus, mas também de outras, entretanto, integrando coleções internacionais de renome, como do MoMa e da The Morgan Library, em Nova Iorque, ou do The Art Institute of Chicago, nos Estados Unidos, mas também  do Leopold Museum, em Viena de Áustria, a maior coleção deste artista, têm vindo a ser devolvidos aos descendentes dos antigos colecionadores, passando, depois, rapidamente às grandes casas internacionais de leilões e atingindo elevadíssimos preços.