Máscara de iniciação Yaka "ndeemba" do leilão Zemanek-Münster de março de 2017, trabalho de 1950 (c.), Norte de Angola ou República Democrática do Congo.
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Descrição
Máscara de iniciação Yaka "ndeemba".
Initiation mask "ndeemba" of the "nkhanda" society, D. R. Congo, Yaka.
Madeira entalhada e patinada com tecidos e outros elementos, 54 cm.
A que falta a saia de ráfia.
Escultor Yaka, 1950 (c.), Norte de Angola ou República Democrática do Congo.
Proveniente da coleção Merton Simpson (1921-2013), New York, USA; Mark Eglinton, New York, USA
Fotografia de 18 de janeiro de 2017.
Leilão Zemanek-Münster, 85h Tribal Art Auction, 4 de março de 2017, lote 460, Munique, Alemanha.
Wood, polychrome pigments, rattan, cloth, small mask face with characteristic facial features and “curled” nose, bonnet with pagoda-like superstructure with five antenna-like extensions, slightly dam., minor missing parts, abrasion of paint, grass fibre collar missing; Yaka masks make their appearance only during the initiation ceremonies that are performed for boys. The initiation (“nkhanda”) prepares them for social adulthood and is designed to safeguard the continuity of human fertility. The young men return to the village at the end of the period and perform masked dances. They are accompanied by men who have supervised them during the initiation period, who are also wearing masks.
As esculturas e máscaras dos Yaka, ou Baiaca, como aparecem referidos pelos portugueses em Angola, são de uma grande diversidade e imaginação, apresentando por vezes, ou vice-versa, afinidades com os Suku, com os Mbala do centro, assim como com os Tchokwe. Revelam, no entanto, uma espantosa riqueza, quase ímpar entre os seus vizinhos, com narizes altamente arrebitados e complicadas estruturas de coroamento (Cf., entre outros, Detlev von Graeve, Yaka - Drei Masken für festliche Auftritte, 2016). Essa capacidade imaginativa é patente nas máscaras das cerimónias de circuncisão dos Yakas, a mukanda, que marcam o final dos ritos de puberdade masculina, máscaras feitas em madeira, representando geralmente uma face humana, quase sempre com a mutilação dos dentes incisivos típica dos Yakas e pintada de forma agressiva, mas com todo um coroamento e penteado altamente imaginativo, por vezes em andares, simbolizando a categoria do portador, feito em tela e igualmente pintada com motivos geométricos.
Para além de um conjunto grande de pequenas "figuras de poder", com feitiços vários, de uso pessoal e coletivo, parecem terem produzido um número interessante de outras relativas às cerimónias de iniciação dos rapazes, como o caso de pequenas máscaras-totem, que deveriam demarcar a área onde ocorriam essas cerimónias e também figuras de tocadores de tambor que parecem integrar-se no anuncio dos finais dessas cerimónias, cujo exemplar mais conhecido é o recolhido por padres jesuítas e hoje no Museu Real da África Central da Bélgica (Tervuren, inv. n° 2748), mas que têm aparecido mais, como o exemplar divulgado por David A. Binkley, "Spectacular Display : The Art of Nkanu Initiation Rituals", African Arts, vol. 34, n° 4, Hiver 2001, p. 56 e que foi depois a leilão na Sotheby's, Paris, 21 de junho de 2017.