Maqueta de moradia isolada do complexo da Matur, em Água de Pena, Ayrton Cornelson, 1967, ilha da Madeira.
Categorias
Descrição
Maqueta de moradia isolada do complexo da Matur, em Água de Pena
Gabinete do arquiteto do arq. Ayrton Cornelson (1922-2020), 1967.
Pub. por Cristina Sofia Andrade Perdigão, O Turismo na Madeira: Dinâmicas e Ordenamento do Turismo em Territórios Insulares, tese elaborada para a obtenção do grau de Doutor em Urbanismo, Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, novembro de 2017, fig. 249, p. 188.
Com a abertura do aeroporto de Santa Catarina, inaugurado a 8 de julho de 1964, a empresária Fernanda Pires da Silva (27 ago. 1926-11 jan. 2020), presidente do Grupo Grão-Pará, iniciou os trabalhos para a montagem do complexo turístico da Matur, em Água de Pena (1972-1999), sendo a maqueta do novo hotel apresentada a 16 de jul. 1970. Entretanto era inaugurado o primeiro grande hotel construído de raiz na época, o Hilton Madeira, na Praia Formosa, a 19 set. 1971 e, a 20 nov. 1972, o Sheraton, no Funchal, onde se havia levantado o antigo Hotel Atlântico e o Atlantis Holiday Inn, junto ao aeroporto, como todos os hotéis dessa cadeia internacional. Para as inaugurações deslocava-se, mais uma vez, à Madeira, o chefe do estado, almirante Américo Thomaz (1894-1987), que ainda inauguraria o bairro social do Grémio dos Bordados, acima da quinta do Til, no Funchal.
O complexo da Matur representava uma inovação no contexto da hotelaria insular, afastando-se do Funchal e instalando-se a algumas dezenas de quilómetros da cidade. Era filosofia da cadeia hoteleira Holiday Inn, com a qual o Grupo Grão Pará trabalhava, o procurar novos espaços e localizar-se nas imediações de aeroportos, permitindo uma rápida instalação dos utentes e, igualmente, uma rápida saída. O complexo possuía igualmente um outro aspeto mais ou menos inovador à época, que era a articulação com pequenos apartamentos de férias, independentes da unidade hoteleira-mãe. Encontrava-se dotado também de um amplo parque ajardinado, com instalações para congressos, club de bridge, restaurantes, piscina olímpica, etc. As alterações do mercado turístico nos anos seguintes colocaram em causa o projeto e a ampliação do aeroporto levou à necessidade de demolição do Atlantis, que com os seus 17 pisos levantava questões de segurança ao tráfico aéreo, o que veio a acontecer, por implosão, a 22 de março de 2000.