Lucerna decorada no disco com Isis e Serapis de oficina romana de Itália, 300 (c.), coleção particular, França.
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Descrição
Lucerna decorada no disco com os deuses Isis e Serapis.
Cerâmica de pasta vermelha claro pintada, 11,60 cm.
Oficina romana da Itália (atr.), 300 (c.)
Deuses vindos do panteão Egípcio, via helenismo, entraram em Roma com alguma força entre os finais do século II e os inícios do III.
Fotografia de venda em França, casa Marc Labarbe, por €350,00, pub. Arts Historia Arqueologia, artshistorica.es, ref. R 061, 2024.
Coleção particular, França
As lucernas são lamparinas em cerâmica, com um orifício para se deitar o azeite, quase sempre decoradas no topo (ou no disco), com motivos muito diversificados, sendo de certa forma famosas as com cenas eróticas e de sexo explícito, embora algumas sejam contrafações recentes. Começando nos primeiros sécs. antes de Cristo por serem moldadas à mão, rapidamente e dada a necessidade de iluminação, passaram a ser produzidas em série e por molde, muitas vezes assinadas no tardoz, igualmente utilizadas para fins religiosos, encontrando-se em cemitérios e santuários para iluminarem a outra vida. Trata-se de um artefacto indispensável à vida quotidiana, bem adaptado à tradicional iluminação a azeite mediterrânea e, se no ambiente doméstico fazia recuar as sombras, também na morte iluminaria o caminho oculto da grande viagem, integrando, assim, deposições funerárias. De certa forma, podem-se considerar como dos modelos mais comuns e divulgados do vasto universo da cultura material romana desde as margens do Atlântico até ao Médio Oriente.
Portugal poderá possuir um dos maiores conjuntos conhecidos e em exposição no Museu da Lucerna, em Castro Verde, com exemplares da época romana (Século I-III d. C.), na ordem dos 10 mil exemplares recolhidos num santuário e depois cemitério local, museu que abriu no ano de 2004, o que não deixa de ser interessante para uma hoje pequena povoação como esta.