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Arquipelago de Origem:
Inglaterra
Data da Peça:
1571-00-00
Data de Publicação:
28/10/2024
Autor:
Thomas Owen
Chegada ao Arquipélago:
2024-10-28
Proprietário da Peça:
Museu Militar de Lisboa
Proprietário da Imagem:
Estela Marzia
Autor da Imagem:
Estela Marzia
Legenda do quarto de canhão de Isabel I de Inglaterra, Thomas Owen, 1571, Museu Militar de Lisboa, Portugal.

Categorias
    Descrição
    Legenda do quarto de canhão de Isabel I de Inglaterra.
    (1533-1558-1603)
    Bronze com a túlipa da bolada moldurada obliquamente, 2º reforço muito curto e sem asas, 1º reforço também facetado obliquamente, 3,05 m.; 13,5 cm. (calibre); 1.762 kg (3.885 lbs); capaz de disparar pelouros de ferro de 7.8 kg (17 lb)
    Brasão de armas com as Rosas das Casas de York e Lancaster, com coroa real e a legenda da Ordem da Jarreteira: Honi soit qui mal y pense (Maldito seja quem pense mal disto)
    Cartela com Elizabeth Regina, XIII, 1571. (13º ano do reinado, pois subira ao trono em 1558)
    THOMAS · OWEN · MADE THIS · PECE · ANNO · DNI 1571
    Consta que esta peça foi adquirida por D. Pedro IV (1798-1934) para servir nas Campanhas da Liberdade.
    Fotografia de Estela Marzia, 2014,
    Pátio dos Canhões, Museu Militar de Lisboa (MML 01228), Portugal.

    Elisabete I ou Elizabeth I (Greenwich, 7 set. 1533; Richmond, 24 mar. 1603). Filha de Henrique VIII (1491; 1547) e de Ana Bolena (1501; 1536), teve uma infância e uma juventude tristes: declarada ilegítima em benefício de Maria Tudor, The Bloody Mary (1516; 1558), sua irmã e ainda foi vigiada pelo herdeiro de Henrique VIII, Eduardo VI (1537; 1553). Em 1554 foi mesmo encarcerada na Torre de Londres e viu-se obrigada a abdicar do protestantismo. Quando da morte de Maria Tudor, em 1558, ascendeu ao trono e propôs-se um duplo objetivo: conservadorismo rigoroso no interior e ingerência contínua no exterior, com o pretexto de estender o protestantismo e expandir o comércio naval inglês, especialmente pelo corso. Apreendeu a vontade de Henrique VIII de um cristianismo sem papa e perseguiu os seguidores da Igreja Romana por se negar a jurar a supremacia espiritual da sua pessoa. Não pôde conservar Le Havre, que tinha obtido em 1562 dos huguenotes franceses como recompensa do seu apoio, mas a ajuda que proporcionou aos Países Baixos (1584) na sua luta contra Filipe II, que tinha sido marido de Maria Tudor, acabou custando aos soberanos espanhóis a perda deste reino. Também em relação com Espanha há que assinalar o fracasso da Armada Invencível, que pretendia conquistar a Grã-Bretanha. Os movimentos sediciosos estimulados por Filipe II apenas conseguiram matanças entre nobres e clero, para não falar da execução da rainha da Escócia Maria Stuart (1542; 1587). Atribui-se a certa debilidade sensual herdada do seu pai os favores outorgados a Robert Dudley (1532-1588), primeiro conde de Leicester e a muitos outros, pelo que, aos sessenta anos, ainda manteve amores com o jovem primo 2º Lord Essex, Robert Devereux (1565-1601).
    Canhão – Peça de artilharia pesada, de tiro tenso e usada para bater fortificações. A delimitação desta designação só aparece no século XVII, com a divisão das peças em três grandes gamas: os pedreiros, utilizando projeteis de pedra, os canhões e as colubrinas, para os de ferro. Os canhões eram peças mais curtas que as colubrinas e destinavam-se sobretudo a derrubar muralhas. A gama dos canhões incluía os canhões legítimos, os meios canhões, os terços de canhão, os quartos de canhão e os oitavos de canhão.
    MARZIA, Estela, Inventário da artilharia histórica dos séculos XIV a XVI do Museu Militar de Lisboa: bases para uma proposta de salvaguarda e valorização, relatório de estágio da Universidade de Évora, 2014, p. 64; RUBIN (1938-2023), Nuno Varela, Guia de Artilharia Histórica do Museu Militar, Museu Militar de Lisboa, Lisboa, 1979; e SANTOS (1935-2011), Nuno Valdez dos, A Artilharia de Outrora do Museu Militar de Lisboa, (Texto não editado, doado ao Museu Militar de Lisboa em 2011).