Legenda da lucerna romana do Museu da Amadora, 350 (c.) e dezembro de 2024, Amadora, Portugal.
Categorias
Descrição
Legenda da lucerna romana do Museu da Amadora.
Lucerna decorado com figura de infulatos, ou seja, figura velada que desempenhava função de sacerdócio em culto mistérico.
Barro cozido, 350 (c.).
Lamparina proveniente de escavações na villa romana do Moinho do Castelinho na Falagueira, Amadora.
Fotografia 14 de dezembro de 2024 em exposição temporária na junta de freguesia da Venteira, parque Delfim Guimarães (1872-1933).
Museu Municipal de Arqueologia da Câmara Municipal da Amadora, Portugal.
Na Falagueira, a escassos metros de uma movimentada estrada, foi encontrada uma villa romana, que viria a ser classificada em 2012 como Sítio de Interesse Público, tendo sido escavada desde 1997 e sendo única da Antiguidade encontrada no concelho. Nos meados do século XVI, o cronista e pintor Francisco de Holanda (1517-1585) já refere a existência de um aqueduto romano na área, mas que até ao momento não foi possível localizar, podendo estar associado a esta villa. As escavações da necrópole associada à villa romana confirmaram duas fases de ocupação na Antiguidade, além de vestígios bastante mais anteriores: a fase ocupacional data da Época Republicana, a partir de meados do século I a.C.; e uma fase funerária, cujos vestígios correspondem ao período entre meados do século III e meados do século V d.C.
As lucernas são lamparinas em cerâmica, com um orifício para se deitar o azeite, quase sempre decoradas no topo (ou no disco), com motivos muito diversificados, sendo de certa forma famosas as com cenas eróticas e de sexo explícito, embora algumas sejam contrafações recentes. Começando nos primeiros sécs. antes de Cristo por serem moldadas à mão, rapidamente e dada a necessidade de iluminação, passaram a ser produzidas em série e por molde, igualmente utilizadas para fins religiosos, encontrando-se em cemitérios e santuários para iluminarem a outra vida. De certa forma, podem-se considerar como dos modelos mais comuns e divulgados do vasto universo da cultura material romana desde as margens do Atlântico até ao Médio Oriente, existindo, inclusivamente, em Castro Verde, no Alentejo, um pequeno museu somente destinado a este artefacto, aberto em 2004, reunindo um número espantoso de muitos milhares de lucernas, podendo assim ser a maior coleção alguma vez recolhida.