Image
Arquipelago de Origem:
Porto
Data da Peça:
1878-07-18
Data de Publicação:
19/11/2022
Autor:
Santa Casa da Misericórdia do Porto
Chegada ao Arquipélago:
2022-11-19
Proprietário da Peça:
Santa Casa da Misericórdia do Porto
Proprietário da Imagem:
MMIPO
Autor da Imagem:
MMIPO
Lápide com os nomes dos Doze Mártires da Pátria do mausoléu do Prado do Repouso, Santa Casa da Misericórdia do Porto, 1878, Portugal

Categorias
    Descrição
    Lápide com os nomes dos Doze Mártires da Pátria do mausoléu do Prado do Repouso
    Cemitério privativo da Santa Casa do Porto.
    Mártires dos dias 7 de maio e 9 de outubro de 1829.
    Onde se inclui o Dr. José Maria Martiniano da Fonseca (1794-1829)
    Fotografia MMIPO, 8 de outubro de 2010.
    Santa Casa da Misericórdia do Porto, 18 de julho de 1878, Portugal

    José Maria Martiniano da Fonseca (1794-1829) era filho de José Maria da Fonseca, inspetor-geral da Agricultura e de sua mulher, D. Ricarda Umbelina Spinosa, tendo nascido na freguesia da Sé, no Funchal, a 16 de outubro de 1794. Formou-se em leis pela Universidade de Coimbra e passou a exercer a advocacia no Funchal, tendo estendido a sua atividade ao Brasil. Nesse quadro, na altura da independência do Brasil, era o informal encarregado de negócios do novo país na Madeira, pois o consulado só foi instituído mais tarde. Assim, foi o principal contacto dos deputados brasileiros no Funchal, em 1822 e 1823, a caminho do Rio de Janeiro, dos quais recebeu várias cartas e, inclusivamente, contas, que haviam ficado por pagar em Lisboa e em Londres, pensamos. A informação foi dada pelo coronel Joaquim Pedro Casado Geraldes (1780-1845), então secretário do governador António Manuel de Noronha (1772-1860), depois ministro da Marinha e Ultramar, encarregado de acompanhar os antigos deputados brasileiros.
    Com a organização no Porto de uma junta revolucionária destinada a defender a realeza de D. Pedro (1798-1834) e da sua filha, como rainha D. Maria II (1819-1853), o então governador da Madeira, José Lúcio Travassos Valdez (1787-1862), depois conde de Bonfim, enviou à Junta um seu delegado, tendo escolhido o Dr. José Maria Martiniano da Fonseca, que saiu do Funchal num navio norte-americano, a 30 de junho de 1829 e entrou no Porto, a 13 do mês seguinte. Entretanto, a cidade do Porto aderira já ao governo absolutista de D. Miguel (1802-1866) e Martiniano da Fonseca foi preso. Julgado com outros liberais, a 9 de abril sofreram a pena capital, barbaramente executada a 7 de maio, então 10 e, a 9 de outubro, mais 2, todos bem ao gosto do Antigo Regime, enforcados e depois decapitados e as cabeças expostas na praça pública. As suas cinzas só foram recolhidas a 6 de fevereiro de 1836 para uma urna depositada na igreja da Misericórdia do Porto e, em 1878, transferiram-se os restos mortais destes homens, então conhecidos como os Doze Mártires da Pátria, da igreja da Misericórdia para o mausoléu que se encontra no cemitério do Prado do Repouso, na secção privativa da Misericórdia do Porto. No âmbito do XXXI Colóquio Internacional de História Militar de Lisboa, dedicado à História Militar da Independência do Brasil e organizado em colaboração com o Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, a 8 de novembro de 2022, foi-lhe outorgado, In Memoriam, o Colar de Mérito Pedro, O Libertador, instituído pela Congregação do mesmo Colar, “tendo em vista seu empenho na Defesa da Destinação e da Unicidade do Brasil, e pela sua abnegação a favor da Liberdade Constitucional de Portugal”. Em relação a Martiniano da Fonseca (registo Nº 77), esteve em causa “o testemunho da sua existência dedicada ao seu País, ao bem-estar dos seus concidadãos e da fraternidade entre os povos”.