Juliana, condessa de Stroganoff, Jean-Baptiste Isabey, 1818, coleção particular (atr.), Rússia.
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Descrição
Juliana, condessa de Stroganoff
(1784-1864)
Pintura de Jean-Baptiste Isabey (1767-1855), 1818.
Reproduzido em 1909 no livro editado pelo Grão-Duque Nicolai Michailovich, Portraits Russes do XVIII et XIX siècles, 1909, onde Juliana, com o seu nome russo de Julie Petrovna Stroganov, surge numa página junto dos seus enteados Valentin e Sergei, e da mulher deste, Natália.
Coleção particular (atr.), Rússia.
Júlia Ana de Almeida e Oeynhausen (Viena de Áustria, 20 ago. 1784; São Petersburgo, 2 nov. 1864) era filha de D. Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre, mais conhecida por Marquesa de Alorna (Lisboa, 31 out. 1750; Benfica, 11 out. 1839) e do oficial alemão naturalizado português, conde de Oeynhausen, Karl von Oyenhausen-Gravenburg (3 de janeiro de 1739 - 3 de março de 1793), ou Carlos (Pedro Maria José) Augusto, em português. Casaria depois com Aires José Maria de Saldanha Albuquerque Coutinho Matos e Noronha (Funchal, 29 mar. 1775; Lisboa, 2 jan. 1827), sendo 2.ª condessa da Ega e depois, em 1827, em Dresden, com o diplomata e conde russo Grigory Aleksandrovich Stroganoff (São Petersburgo, 13 set. 1770; idem, 7 jan. 1857), então viúvo da princesa Anne Sergeevna Trubeckaja (1765-1824), ficando condessa de Stroganoff e sendo depois conhecida como a Condessa Vermelha.
Forçada a exilar-se em 1808, Juliana de Almeida Oeynhausen, a terceira filha da marquesa de Alorna, parecia condenada às agruras da emigração e à tristeza de um casamento infeliz. Contudo, dotada de um espírito vivo e inconformista, conseguiu libertar-se de constrangimentos sociais e familiares, vencer a adversidade e conquistar a sua independência e felicidade.
As suas qualidades de mulher ilustrada e cosmopolita, foram conhecidas e apreciadas por grandes figuras da Europa de então com quem teve a oportunidade de privar: a rainha Vitória de Inglaterra, o imperador da Alemanha, e os czares Nicolau i e Alexandre ii da Rússia. A surpreendente e colorida história da sua vida, que uma investigação profunda e exaustiva permitiu trazer agora a público, foi esquecida e deturpada nos alvores do século xx e, desde então, a sua memória tem sido injustamente enxovalhada. Porém, como disse um diplomata português seu contemporâneo «não se pode fazer mais honra do que ela fez sempre ao nome português». Deixou abundantes provas disso mesmo em São Petersburgo, na Rússia, onde viveu os últimos anos da sua vida, como condessa Stroganoff.