Image
Arquipelago de Origem:
Madeira (Região Autónoma)
Data da Peça:
1822-00-00 00:00:00
Data de Publicação:
20140927
Autor:
Charles Simon Pradier
Chegada ao Arquipélago:
2004-07-01 00:00:00
Proprietário da Peça:
Não identificado
Proprietário da Imagem:
A. Bandeira de Figueiredo
Autor da Imagem:
Rui Carita
João Francisco de Oliveira, 1822, Paris, França.

Categorias
  • Documentos
    • Gravura / litografia
  • Personalidades
    • Advogados e médicos
    • Ministros, secretários, deputados e políticos
    • Titulares e morgados
  • Pintura
    • Gravura
Descrição
João Francisco de Oliveira..
Gravura a água-forte, 16 x 14 cm.
Charles Simon Pradier (1783; 1847), 1822.
Pradier del. Imp. 1822, Lith. de Langlumé.
Paris, França.

Dr. João Francisco de Oliveira (Funchal, 9 março 1761; Lisboa, 26 Dez. 1829) foi das mais importantes figuras da Ilha e pai do conde do Tojal e de Alexandre de Oliveira, que permaneceu na Ilha. Do Funchal passou à Universidade de Coimbra onde, em 1785, se formara em Medicina. Fixou-se então na corte de Lisboa e acompanhou como médico as forças portuguesas às campanhas do Rossilhão, tendo tido o título de físico-mor do Exército e inspetor-geral dos hospitais militares. Em Lisboa teria estabelecido algumas relações com a família real, tendo os príncipes D. João e D. Carlota Joaquina sido padrinhos de alguns dos seus filhos, pelo que se lhe atribui o complicado rapto de D. Eugénia de Meneses, dama da princesa. O rapto ocorreu a 27 Mai. 1803. Curiosamente, D. João VI faz-lhe a doação de uma quinta no Monte e de uma fazenda em São Jorge, a 22 Abr. do mesmo ano (IAN/TT, Chanc. D. João VI, 3, fl. 146 v. A quinta e fazenda seriam depois confirmadas em 1848, em seu filho Alexandre de Oliveira: ibidem, D. Maria II, 29, fls. 122 a 123 v. e 127 v. a 129, 14 e 21 Mar. 1848. Cf. Cristina Norton, O segredo da bastarda, Lisboa, Temas e Debates, 2002). Constaria que para salvar a honra do Príncipe Regente de um provável escândalo, a teria raptado e depois deixado em Cádiz, de onde teria depois passado para um convento de Tavira, incidente que parece não resistir muito à análise histórica. De Cádiz, João Francisco de Oliveira seguiu para os Estados Unidos, exercendo medicina em New Bedford. Com a passagem da corte para o Rio de Janeiro, aí se deslocou, sendo o seu processo revisto em Abril de 1820, foi absolvido e logo enviado para a delegação diplomática de Londres, onde foi ministro e encarregado de negócios, transitando ainda para a delegação de Paris. No entanto nesta última cidade, ter-se-ia envolvido numa conspiração, tendo de abandonar precipitadamente a capital francesa, acabando por recolher à Madeira onde ficou sob vigilância, como iremos escrever. Era assim uma figura de cultura internacional que D. João VI ouvia com particular atenção, do que resultou, um pouco transversalmente, funestas e graves consequências para a vida da Madeira. Na sequência da Vilafrancada foi chamado para o efémero governo de D. João VI e do infante D. Miguel, para a pasta dos Negócios Estrangeiros, mas entretanto preterido a favor de Palmela (Cf. AHU, 7056, cartas pessoais de 5 Set. 1823; Elucidário, idem, vol. terceiro, pp. 11 e 12; João Cabral do Nascimento, "João Francisco de Oliveira e as suas filhas adulterinas", in Arquivo Histórico da Madeira, vol. III, Funchal, 1933, pp. 116 a 117; Eugênio da Cunha e Freitas, "Cartas do Dr. João Francisco de Oliveira a seu filho conde de Tojal", idem, vol. IV, Funchal, 1934-35, pp. 10 a 13; Ernesto Soares, "Ainda a bastarda de D. João VI", ibidem, p. 129 a 138).
Pub. por A. Bandeira de Figueiredo, Introdução à História Médica da Madeira, Porto, 1963.