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Arquipelago de Origem:
Goa
Data da Peça:
1680-00-00
Data de Publicação:
20/05/2023
Autor:
Oficina de Lisboa
Chegada ao Arquipélago:
2023-05-20
Proprietário da Peça:
Família Santana da Silva
Proprietário da Imagem:
Rui Carita
Autor da Imagem:
Rui Carita
Jarra de altar com emblemática da Companhia de Jesus, faiança portuguesa de oficina de Lisboa, 1680 a 1720 (c.), Palácio dos Santana da Silva, Margão, Panaji, Goa, União Indiana

Categorias
    Descrição
    Jarra de altar com emblemática da Companhia de Jesus
    Faiança portuguesa de decoração azul e branca de oficina de Lisboa, 1680 a 1720 (c.)
    Sat Bhuzan Ghor - Casa dos Sete Torreões
    7º colóquio internacional da Casa Senhorial Portugal, Brasil & Goa; 7th INTERNATIONAL COLLOQUIUM on MANOR HOUSES
    Fundação Oriente, Pangim, Goa, 13 a 17 fevereiro 2023
    Fotografia de 14 de fevereiro de 2023.
    Palácio dos Santana da Silva, Margão, Panaji, Goa, União Indiana.

    Com os seus magníficos tectos de tesoura, o Palácio Santana da Silva, em Margão, constitui o mais importante e significativo exemplo de arquitectura senhorial do século XVIII em Goa. De vastas proporções, o palácio apresenta um interessante programa de pátio central articulado com a capela, que se inscreve no eixo das escadarias de entrada. Neste programa de rara coerência, as escadas nobres apresentam um esquema de escadas reais com um lance de escadas centrais, desdobrando-se a partir do patamar intermédio em dois lances paralelos, solução que vemos ser usada pelos arquitectos da Provedoria de Obras Reais em emblemáticos edifícios, tanto no Brasil como na Metrópole. Digno de nota são ainda as janelas de carepas que se distribuem por todo o andar nobre o que, pela sua raridade, constituem mais um elemento de caracterização do edifício.  Os interiores, com uma rara colecção de mobiliário e objectos de artes decorativas, conferem a este palácio um valor de galeria de curiosidades.
    Diferente das estruturas de urbanas europeias, onde as igrejas e grandes palácios tendem a implantar-se  em praças e zonas centrais das cidades, o Palácio Santana da Silva evidencia outras lógicas de organização no espaço, mais indianas tendendo para que as grandes casas das elites brâmanes se afastassem dos espaços urbanos centrais localizando-se em zonas autonomizadas do tecido urbano. As razões prendem-se, não só, com orientações solares mas, sobretudo, com tradições religiosas ligadas à pureza de sangue que determinava que as grandes casas se deviam afastar umas das outras e implantarem-se em terrenos adstritos às suas linhagens. O palácio Santana da Silva afasta-se da praça do Espírito Santo localizando-se numa posição, na época, mais recatada, no caminho que ligava a Igreja do Espírito Santo à capela de S. Joaquim que, hoje, toma o nome da rua de São Joaquim (texto de Hélder Carita e Hilda Frias in A Casa Senhorial Portugal, Brasil & Goa).