Interior da máscara elmo Makonde do leilão Zemanek-Münster de maio de 2017, trabalho de 1960 (c.), Planalto de Mueda, Moçambique.
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Descrição
Interior da máscara elmo Makonde.
Helmet mask "lipiko" for the "mapiko" dance, Mozambique, Makonde.
Madeira entalhada e patinada com aplicação de cabelo natural, 21,5 cm.
Escultor Makonde, 1960 (c.), Planalto de Mueda, Moçambique
Proveniente de coleção do Missionsmuseum Münsterschwarzach, Germany; Bernhard Jäger (1935-), Frankfurt a. M., Germany.
Parece representar um africano, mas não um Makonde.
Fotografia de 24 de março de 2017.
Leilão Zemanek-Münster, 86h Tribal Art Auction, 27 de maio de 2017, lote 159, Munique, Alemanha.
Light wood, matt patina, polychrome paint, naturalistic facial features, coiffure and eye brows from real hair, min. dam., small missing parts (rim), traces of insect caused damage and abrasion, cracks; “lipiko” masks appeared at initiation celebrations. They were worn by the young initiates “vaali” at the “mapiko” masquerade. They were kept in special sacred houses outside the village. Women were not allowed to see them.
Literatura comparativa: Fenzl, Kristian, Makonde, Linz 1997, p. 129, ill. 38
Utilizada em danças mapiko por rapazes recém-iniciados ou por homens durante as mesmas cerimónias. O complexo do mapico ou mapiko é um conjunto de crenças e atividades de natureza ritual, visando principalmente o controle social. O mapico é a figura mais importante da cultura Makonde, ou Wamakonde, que envolve uma população de cerca de 500 mil indivíduos, entre o Norte de Moçambique e o sul da Tanzânia, símbolo vivo de um espírito humano, masculino ou feminino, utilizado pelos homens para dominarem pelo medo, mediante bailarinos mascarados, as mulheres e os jovens ainda não iniciados nos ritos de puberdade, não só contribuindo para integrar as crianças no grupo dos adultos, como para estabelecer o equilíbrio entre o grupo dos homens e o das mulheres. Mapiko é o plural de lipiko, nome por que é designada a máscara elmo. As máscaras mais comuns apresentam o batoque labial superior, nndoma, utilizado pelas mulheres desta etnia, representando assim um ancestral feminino, mas também caricaturas de personagens várias, inclusivamente, europeus, sendo acompanhadas nas danças por cânticos alusivos às mesmas e num quadro geral de crítica social. Ao longo dos meados do século XX começaram a aparecer dançarinos atuando fora das festas de iniciação (licumbi), sendo normal a organização de festas aos fins de semana, onde aparecem dançarinos mascarados e, nesse quadro, contundentes críticas sociais.