Inauguração da exposição Arquitectura Militar na Madeira dos séculos XVI a XIX, 10 de junho de 1981, Funchal, ilha da Madeira.
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Descrição
A Exposição de Arquitectura Militar na Madeira foi apresentada na cidade do Funchal, em 1981, pretendendo promover a revisão científica sobre este tema então pouco estudado em Portugal. Esta mostra foi organizada com base nos resultados do Inventário da Arquitectura Militar, projeto de que resultou a publicação de três trabalhos multidisciplinares que articulam cartografia, arquitetura e contexto económico e social. Em Lisboa, a exposição inaugurou no dia 28 de julho de 1982, na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian (piso 01). Procurou-se disseminar um maior conhecimento sobre a arquitetura militar na Madeira, uma vez que se considerava, de acordo com Vieira Simões, «de toda a conveniência trazer a lume particularidades que estão na base de aspectos significantes do nosso desenvolvimento cultural e do cenário que informou e informa a vivência de uma sociedade» (Arquitectura Militar na Madeira. Séculos XVI a XIX, 1982).
A exposição reuniu cerca de 200 objetos: cartas, mapas, gravuras, aguarelas, livros, armas, plantas e maquetes, fotografias e instrumentos técnicos. De entre os itens expostos, destacavam-se as «medidas de pesar oferecias por D. Manuel I a algumas municipalidades da ilha, um retrato de D. Sebastião e uma carta da Madeira com dimensões invulgares, elaborada no início do século XIX por Paulo Dias de Almeida» («Arquitectura militar na ilha da Madeira», Diário Popular, 29 jul. 1982, Arquivos Gulbenkian, SEM 00259). O catálogo da exposição integra um texto de Álvaro Vieira Simões, onde este explica a escolha do tema e a sua pertinência para a realização de uma exposição, e um ensaio de Rui Carita, que traça um percurso cronológico da arquitetura militar na ilha da Madeira. Carita inicia esta cronologia pelo povoamento da ilha, referindo em seguida a fixação de comerciantes dos principais centros europeus e os navegadores de várias nacionalidades que frequentavam os portos da Madeira, «apreciando e divulgando os seus produtos, principalmente o açúcar e o vinho» (Arquitectura Militar na Madeira. Séculos XVI a XIX, 1982).
No decurso da sua apresentação em Lisboa, a exposição contou com a visita de 26 403 pessoas. A exposição esteve ainda patente ao público na Casa do Infante, no Porto, de 20 de maio a 14 de junho de 1983, tendo terminado a sua desmontagem a 17 de junho. Há informação sobre a intenção de levar a mostra às cidades de Évora e Coimbra, em 1983, sendo para tal sugeridos o Palácio de D. Manuel e o Edifício Chiado, respetivamente. Esta intenção não foi, contudo, confirmada na documentação associada à exposição. (Texto de Carolina Gouveia Matias, 2017, História das Exposições de Arte Gulbenkian)