Francisco Ferreira e D. Augusta, 1920 (c.), Monte, Funchal, ilha da Madeira
Categorias
- Documentos
- Fotografia / imagem
- Personalidades
- Artífices e populares
- Escultores e entalhadores
- Fotógrafos
- Historiadores
Descrição
Francisco Ferreira, o caseiro e sua mulher, D. Maria Augusta.
Fotografia de Perestrellos Fotógrafos, 1920 (c.).
Photographia Museu Vicentes, ilha da Madeira.
A mais célebre lapinha da Madeira teria sido a do Caseiro do Monte. Francisco Ferreira (1848-1931), por alcunha "o Caseiro", dado ter sido caseiro das freiras de Santa Clara, construiu ele próprio a sua lapinha, em madeira entalhada a canivete e depois pintada com tintas que o próprio fabricava, tendo esculpido as suas primeiras imagens aos 14 anos de idade. Viria a casar com Maria Augusta Fernandes (1851-1937), natural da Calheta, a qual lhe lia as passagens da Bíblia onde se viria a inspirar para as suas esculturas, pois que nunca aprendera a ler. Escultor de cariz popular, soube captar os tipos e costumes da sua área, tornando assim a sua lapinha num dos centros de atração da freguesia do Monte e, depois do Funchal e da ilha da Madeira, acabando por entrar na tradição regional, não se entendo quase um natal na 1ª metade do séc. XX, sem uma visita à lapinha do caseiro. Todos os anos apareciam novos trabalhos, alguns articulados, fruto dos acontecimentos do ano, das "bilhardices", etc. que tornavam esta lapinha centro de uma verdadeira romaria regional e levando o autor a construir no seu quintal, em 1925, uma pequena capela onde se expunha a lapinha. Falecido "o Caseiro" a 13 de junho de 1931, a lapinha ainda ficou patente alguns anos, até que um incêndio, em 1973, destruiu a pequena capela anexa à casa. A família, no entanto, havia já retirado a quase totalidade das imagens, num conjunto de cerca de 3 centenas de peças, parte das quais hoje depositadas no Museu de Arte Sacra do Funchal pelos herdeiros.
Bibliografia: Presépios e Meninos Jesus de Ontem e de Hhoje, org. de José de Sainz-Trueva, Funchal, Dezembro de 1987