Forte Duque de Bragança do ilhéu de Sal Rei, 1820 (c.), ilha da Boa Vista, Cabo Verde
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Descrição
Forte Duque de Bragança do ilhéu de Sal Rei
1820 (c.).
Fotografia por drone de Boa Vista oficial de 2020
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde.
A Ilha da Boa Vista foi saqueada várias vezes, especialmente entre 1815 e 1817, por causa da sua importância para a exportação de sal, algodão, gado, cal e cerâmica, o que levou à transferência do principal núcleo urbano, na chamada Povoação Velha, para o antigo Porto Inglês, depois designado por Sal-Rei. De acordo com planta da Sociedade de Geografia de Lisboa de Ernesto de Andrada, de outubro de 1888, a vila terá sido fundada nos finais de Setecentos, sendo o seu fundador o capitão‐mor Aniceto António Ferreira, "segundo a versão mais fundamentada e aceite". Nessa sequência se investiu na sua defesa, com a construção do forte duque de Bragança, solicitado pelo governador António Pusich (c.1760-c. 1825), já nomeado pela corte portuguesa no Rio de Janeiro, e construção de 1820 a 1821, como parece indiciar a denominação, ou seja, D. Pedro de Alcântara (1798-1834), príncipe herdeiro do reino unido de Portugal, Brasil e Algarves. A planta e o projeto parecem ter vindo do Rio de Janeiro e, provavelmente, com os mesmos, mestres calceteiros da ilha da Madeira, que haviam sido enviados para calcetar aquela cidade, pois que não conhecemos trabalhos semelhantes de calcetamento em Cabo Verde. Aquele governador, natural de Dubrovnick, na Cracóvia, em 1798 era responsável pelo brigue Dragão e, em 1799, já comandava o bergantim Balão, que nesse ano aportou às ilhas de Cabo Verde. Em 18 de março de 1801, foi nomeado intendente da Marinha de Cabo Verde e capitão-de-fragata graduado e, montada a corte portuguesa no Rio de Janeiro, foi governador de Cabo Verde de 6 de fevereiro 1818 a 1822, mas já em setembro de 1821 regressara a Lisboa, face às alterações políticas, acompanhado da família, como a filha, depois a conhecida escritora e publicista, Antónia Gertrudes Pusich (1805-1883).