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Arquipelago de Origem:
São Jorge (Açores)
Data da Peça:
1583-00-00
Data de Publicação:
25/10/2023
Autor:
Vários
Chegada ao Arquipélago:
2023-10-25
Proprietário da Peça:
Vários
Proprietário da Imagem:
José Luís Ávila Silveira e Pedro Noronha e Costa
Autor da Imagem:
José Luís Ávila Silveira e Pedro Noronha e Costa
Forte de Santa Cruz das Velas, 1583 a 1606 e seguintes, ilha de São Jorge, Açores

Categorias
    Descrição
    Forte de Santa Cruz Velas de São Jorge.
    Alvenaria de pedra aparente e rebocada, 1583 a 1606 e seguintes.
    Fotografia de José Luís Ávila Silveira e Pedro Noronha e Costa, 18 de agosto de 2009.
    Vila das Velas, ilha de São Jorge, Açores.

    O forte de Santa Cruz (1583-1606) foi a edificação mais importante e mais antiga da ilha. A sua edificação foi determinada por provisão de D. Sebastião, datada de 4 de junho de 1572, onde se determinava que fossem executadas obras de fortificação nas ilhas do Faial e de São Jorge. Nesse quadro e em resultado de uma inspeção às ilhas efetuada pelo desembargador Fernão de Pina Marecos foi enviado a São Jorge um encarregado das fortificações vindo do Reino, Álvaro Fernandes, com a missão elaborar projetos e executá-los, aplicando-se um imposto de 2% para a construção das fortificações e muralhas ao longo da costa da Ilha. O encarregado das fortificações trazia já alguns estudos do corregedor e de Tommaso Benedetto, que, com Pompeu Arditti, pelo que poderá ter tido a inicial traça de Benedetto a base com que se levantou o forte de Santa Cruz.
    As obras poderão só ter arrancado efetivamente no contexto da dinastia seguinte, por 1583, como reduto integrante da fortificação do cais principal das Velas, devendo ainda ter sofrido alterações com a ida a São Jorge do capitão Marcos Fernandes de Teive  que, por ordem régia, visitou todas as ilhas do arquipélago na Primavera e Verão de 1618 para projetar e ativar todas as fortificações necessárias, assim como para reorganizar as milícias.
    Com posição dominante sobre a baía das Velas, destinava-se à defesa da vila contra o ataque de piratas e corsários, cruzando fogos com o Forte de Nossa Senhora da Conceição. Entre fins do século XIX e inícios do século XX, o lado poente deste forte serviu as instalações de uma fábrica de derreter gordura de cachalote, um processo integrado na caça à baleia, atividade económica que se praticou entre 1882 e 1984, nos Açores. No local conseguimos, hoje, observar um baluarte pentagonal, com canhoneiras entaipadas, construído em alvenaria de basalto e tufo. Damião Pego relata que o Forte de Santa Cruz era composto por 10 canhoneiras e uma ampla casa da guarda. A sua destruição está relacionada com as grandes enchentes de 1899, que também destruiu o Forte de Nossa Senhora da Conceição. Atualmente, parte do forte alberga o Clube Naval e foi reaproveitado como local de armazenamento de combustível.