Descrição da fortaleza de Libédia, António Bocarro, 1635 (c.), Al Bidiyah, Emirado de Fujairah, Emirados Árabes Unidos
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Descrição
Descrição da fortaleza de Libédia
Ou Libidia, hoje Al Bidiyah, Emirado de Fujairah.
Pormenor de manuscrito sobre papel, 78 x 59 cm.
António Bocarro (1594-1642) e Pedro Barreto de Resende (c. 1590-1651), 1635 (c.)
O livro das plantas de todas as fortalezas, cidades e povoações do Estado da Índia Oriental
Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Évora (Inv. CXV-2-1), Portugal.
A pequena fortaleza de Libéria, Libédia ou Libidia, a atual Al Bidiyah, era, neste desenho, idêntica à de Mada, mas com dois meios baluartes nos flancos, descrevendo-a Bocarro como também quadrada, do feitio de mouros, com um muro baixo de duas braças e meia de altura (5 metros). Tem um grande circuito, com seis baluartes e um que está a cavaleiro, pegado ao muro, com mais dois em redondo da povoação, ficando em distância de tiro de espingarda.
No álbum de São Julião da Barra cita-se: Uma légua de Corfacão para Norte, na praia está situada a fortaleza de Libidia, como se vê em uma baía amparada ao Sul, Sudoeste, Noroeste e Oeste; sua povoação é até 200 vizinhos. Fundou-a Mateus de Seabra, no ano de 1623, por determinação do capitão geral Rui Freire. Tem de presidio um capitão lascarim com 20 soldados.
Também se informa que o conjunto de Doba, a duas léguas de Libidia mas já na costa Norte do estreito de Ormuz, com Dubó e Doba Mucumby tinham sido tomadas pelo capitão Rui Freire em 1624 e a reconstrução entregue ao capitão Gaspar Leite Pereira. Tal como Soar, também apresenta duas muralhas, parecendo a fortaleza central ser a reconstrução da fortificação árabe e a muralha exterior o complemento português então levantado.
A ordem para a execução desta nova empreitada das plantas das fortalezas data de 1630, dada pelo vice-rei conde de Linhares, tendo o texto sido elaborado pelo arquivista-mor de Goa, António Bocarro (1594-1642) e os desenhos elaborados por ordem do secretário do vice-rei, Pedro Barreto de Resende (c. 1590-1651). Terão sido elaboradas logo e pelo menos duas vias, a de Évora e a que se encontra hoje na Biblioteca Nacional de Madrid, sendo depois ainda elaboradas mais versões.
Anteriormente tinham sido elaboradas plantas, pelo menos, por João Baptista Cairati, ou Giovanni Battista Cairati (Milão, c. 1540; Goa 1596), que enviadas para o reino se perderam e pelo seu ajudante e assistente, Manuel Godinho de Erédia (1563-c. 1623), cartógrafo luso-malaio que fora educado pelos jesuítas e com base nessas, em princípio, de que subsistem vários exemplares.