Dados e miniatura de lucerna romana de Conimbriga de oficina romana do Norte de África (atr.), 400 (c.), Museu Monográfico de Conimbriga, Portugal.
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Descrição
Dados e miniatura de lucerna romana de Conimbriga.
Miniatura de oficina romana do Norte de África (atr.), 400 (c.)
Conjunto que poderia funcionar como jogo ou brinquedo.
Museu Monográfico de Conimbriga.
Pub. por Hugo Marques, com fotografias do mesmo, “As sete vidas de Conimbriga. Cento e vinte anos depois da primeira escavação metódica, as ruínas desvendam segredos e desfazem mitos”, in National Geographic Portugal, 6 de agosto de 2019, atualizado a 15 de julho de 2022, 12:02.
Coimbra, Portugal
Conimbriga corresponde atualmente a uma área consagrada como monumento nacional, definida por decreto em 1910, tendo o Museu Monográfico de Conimbriga sido fundado em 1962 e tutela as Ruínas da Cidade Romana (abertas ao público desde 1930). A evidência arqueológica revela-nos que a cidade foi habitada, pelo menos, entre o séc. IX a.C. e Sécs. VII-VIII, da nossa era. Quando os Romanos chegaram, na segunda metade do séc. I a.C., Conimbriga era um povoado florescente e graças à paz estabelecida na Lusitânia, operou-se uma rápida romanização da população local e tornou-se uma próspera cidade. Seguindo a profunda crise política e administrativa do Império, a cidade sofreu as consequências das invasões bárbaras. Em 465 e em 468 os Suevos capturaram e saquearam parcialmente a cidade, levando a que, paulatinamente, esta fosse sendo abandonada.
As lucernas são lamparinas em cerâmica, com um orifício para se deitar o azeite, quase sempre decoradas no topo (ou no disco), com motivos muito diversificados, sendo de certa forma famosas as com cenas eróticas e de sexo explícito, embora algumas sejam contrafações recentes. Começando nos primeiros sécs. antes de Cristo por serem moldadas à mão, rapidamente e dada a necessidade de iluminação, passaram a ser produzidas em série e por molde, muitas vezes assinadas no tardoz, igualmente utilizadas para fins religiosos, encontrando-se em cemitérios e santuários para iluminarem a outra vida. Trata-se de um artefacto indispensável à vida quotidiana, bem adaptado à tradicional iluminação a azeite mediterrânea e, se no ambiente doméstico fazia recuar as sombras, também na morte iluminaria o caminho oculto da grande viagem, integrando, assim, deposições funerárias. De certa forma, podem-se considerar como dos modelos mais comuns e divulgados do vasto universo da cultura material romana desde as margens do Atlântico até ao Médio Oriente. Portugal poderá possuir um dos maiores conjuntos conhecidos e em exposição no Museu da Lucerna, em Castro Verde, com exemplares da época romana (Século I-III d. C.), na ordem dos 10 mil exemplares recolhidos num santuário e depois cemitério local, museu que abriu no ano de 2004, acervo o que não deixa de ser interessante e intrigante para uma hoje pequena povoação como esta.