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Arquipelago de Origem:
Freguesia da Sé (Funchal)
Data da Peça:
1901-06-22
Data de Publicação:
14/10/2023
Autor:
Vicente Gomes da Silva (filho)
Chegada ao Arquipélago:
2023-10-14
Proprietário da Peça:
Museu de Fotografia da Madeira, ABM
Proprietário da Imagem:
ABM/ARM
Autor da Imagem:
Vicente Gomes da Silva (filho)
D. Carlos e D. Amélia em carro de cesto no Cais da Cidade com elementos dos Bombeiros Voluntários Funchalenses, Visita Régia, 22 de junho de 1901, Funchal, ilha da Madeira.

Categorias
    Descrição
    D. Carlos e D. Amélia em carro de cesto no Cais da Cidade durante a Visita Régia.
    (1863-1908) e (1865-1951)
    Com elementos da Companhia de Bombeiros Voluntários Funchalenses (atuais Bombeiros Sapadores do Funchal) na receção aos reis de Portugal
    Negativo simples, película, gelatina e sais de prata, 15 x 10 cm.
    Vicente Gomes da Silva (filho) (1857-1933), 22 de junho de 1901.
    Museu de Fotografia da Madeira, Atelier Vicente's (VIC 13204).
    Cais da Cidade do Funchal, ilha da Madeira

    Após uma breve passagem pela ilha de Porto Santo, os Reis de Portugal, D. Carlos I (1863-1908) e D. Amélia de Orleães (1865-1951) chegaram ao Funchal na tarde do dia 22 de junho de 1901 e, durante os três dias seguintes, tiveram oportunidade de cumprir diversos compromissos oficiais. Entre o minucioso programa preparado pelas entidades madeirenses, destacamos o Te Deum na Sé do Funchal, as cerimónias no Palácio de São Lourenço, a passagem na freguesia do Monte e em diversas quintas da capital madeirense, e a visita à Exposição Industrial e Agrícola, patente no Campo D. Carlos I (atual Campo Almirante Reis). Nesta estada, o rei foi também homenageado com uma salva de 21 tiros, aquando da sua deslocação ao Quartel de Artilharia do Forte de São Tiago, que, à semelhança dos demais espaços onde a comitiva real passava, se encontrava criteriosamente decorado, ostentando uma vistosa e ornamentada tenda militar, de que ainda restam as argolas no lajeado da esplanada média.
    Esta visita fica ainda marcada por uma receção entusiástica da população madeirense, que, pela primeira e única vez, teve a oportunidade de receber suas majestades. No decorrer do evento, foram também vários os fotógrafos que registaram esta efemeridade, entre eles, Vicente Gomes da Silva Júnior que, em consequência do trabalho desenvolvido, é agraciado em 1903 com o título de “Photographo da Casa Real Portuguesa”. (Texto do Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente's assinalando o 120.º aniversário da visita régia à Madeira)
    D. Carlos (1863-1908). Filho de D. Luís I e de D. Maria Pia de Sabóia, veio a distinguir-se, para além de rei, como pintor e cientista. Tendo começado a pintar em 1889, veio a atingir uma muito boa qualidade, especialmente nos seus trabalhos em aguarela, tendo sido seu mestre o aguarelista espanhol Enrique Casanova. Como cientista distinguiu-se nas suas explorações oceanografias, a bordo do iate D. Amélia, trabalhos então de certa forma em moda em algumas cortes europeias. Recebendo uma pesada herança política e governativa, logo inquinada no início do seu reinado com a questão do ultimato inglês ao Mapa Cor-de-Rosa, a situação não deixou de piorar e levar, em 1908, ao seu assassinato e do príncipe herdeiro D. Luís Filipe junto à Praça do Comércio, em Lisboa, quando a família real regressava de Vila Viçosa.
    D. Maria Amélia de Orleães (Twickenham, Inglaterra, 28 set. 1865; Versalhes, 25 out. 1951) era filha de Luís Filipe Alberto, conde de Paris e duque de Orleães e de Maria Isabel Francisca de Assis, infanta de Espanha, tendo casado em 21 de junho de 1886 com o príncipe D. Carlos de Bragança (1863-1908) e, pouco tempo antes, entrado em Portugal pela estação de Pampilhosa, proveniente de Saragoça. De elevada cultura, desenhando e pintando, tal como D. Carlos, com uma certa desenvoltura para a época, veio a desenvolver um importante papel na corte portuguesa, a ela se devendo a fundação do Museu dos Coches e do Jardim Zoológico de Lisboa. Nos últimos anos, especialmente com o assassinato de D. Carlos e D. Luís Filipe, veio a fechar-se num certo religiosismo dramático e num protecionismo maternal que não facilitaram a manutenção no trono do seu filho, D. Manuel II.