Cremalheira do Engenho Novo, 1946 (c.), Porto da Cruz, ilha da Madeira.
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Descrição
Cremalheira do Engenho Novo.
Sociedade dos Engenhos do Norte.
Maquinaria vária, 1946 (c.).
Fotografia de 2018.
Porto da Cruz, ilha da Madeira.
Cronologia:
1846 - 1852 - Destruição dos vinhedos na ilha da Madeira levando ao ressurgimento quase imediato do fabrico de açúcar e da aguardente; 1858 - fundação da fábrica por João Leal e Valentim Leal; 1863 - segundo Informações de Estatística Industrial do Districto do Funchal o capital empregado no estabelecimento era de 2:000$000 rs e o empregado no edifício 9:000$000 rs, pagando de foro 300 rs por ano; o pessoal era constituído por um Mestre, pago a 700 rs diários, um alambiqueiro a 600 rs diários, cinco homens maiores de 46 anos a 240 rs e dois menores de 16 anos a 100 rs diários, que trabalhavam de sol a sol, durante oito meses no ano; utilizava como matéria-prima 397 toneladas métricas de cana-de-açúcar, que se podiam comprar a 10$000 rs a tonelada, procedentes de diversas freguesias do concelho; o preço dos carretos para a fábrica era pago a 25 rs por cada 20 kg, quer fosse por conta dos donos da matéria-prima, quer fosse por conta dos donos da fábrica; a produção anual era de 366 hectolitros de aguardente de 22º a 25º resultantes de 2:249 hectolitros de guarapa, vendendo-se a aguardente pelos preços de 12$800 rs a 14$285 rs cada hectolitro; os preços dos carretos dos produtos para o local de venda eram pagos pelos donos da matéria-prima e variavam consoante as diferentes distâncias a vencer; na fábrica utilizava-se de combustível 18 centos de achas de pinho e faia, a 1$400 rs o cento mais o retraço que fica da palha da cana, de força motriz uma junta de bois e tinha as seguintes máquinas: moinho de cilindros de ferro, horizontais, alambique de destilação e bomba aspirante; 1865 - existiam duas oficinas para laboração de açúcar na freguesia de Porto da Cruz, a de Valentim Leal e a outra de Cândido Velosa de Castelo Branco; posteriormente - a fábrica passa para a posse do Dr. João Francisco Baptista Leal, pressupondo certa continuidade nos negócios; 1911 - Brito Camacho num relatório sobre a ilha, designa-a de "ilha da aguardente", devido ao consumo desusado dessa bebida, abundantemente produzida, provocando graves problemas sanitários na Região; 11 Março - procurando travar esta situação, publica-se decreto determinando a expropriação das fábricas de aguardente não matriculadas; todavia, a quebra dos compromissos deste decreto levou a que as fábricas se mantivessem; 1927 - existiam 49 fábricas de aguardente que destilavam 1.200.000 litros de aguardente, correspondente a 18.000 toneladas de cana em 50.000 do total da produção; 1928, 1 Novembro - criação da Companhia da Aguardente da Madeira, que deteve o contrato exclusivo de produção de aguardente por 25 anos, até 30 Outubro de 1953, mediante a renda de 4:212.000$00 para uma produção fixa de 500.000 lts de aguardente; 1939 - deixaram de laborar em toda a ilha 48 fábricas, ficando apenas 3 a laborar para aguardente, em regime de concentração (sociedade de quotas) até 1967; eram elas: a Sociedade de Engenhos da Calheta, Ldª, a Companhia de Engenhos de Machico, Ldª, e a Companhia de Engenhos do Norte, Ldª, do Porto da Cruz; os fabricantes que se agregaram a esta última fábrica foram os herdeiros de João Sousa Freitas, os quais, uma vez não autorizados ao fabrico de aguardente, eram obrigados, anualmente, a entregar as suas quotas de destilação ao Engenho de Porto da Cruz recebendo em troca uma percentagem dos lucros relativamente ao seu rateio; década de 20, finais / década de 30 - fusão industrial de quatro engenhos no Sítio das Casas Próximas; 1945, 20 Julho - acta lavrada na Conservatória do Registo Predial do Concelho de Machico, pela Conservadora Ana Maria Araújo, da aquisição de algumas quotas das famílias João Marcelo de Brito Figueiroa e esposa Maria Evangelista Sardinha de Brito Figueiroa, de Benjamim Teixeira de Aguiar Júnior e esposa Maria Paula Jardim Spínola Aguiar, de João Jardim Spínola e esposa Lucinda Margarida Castanha Spínola e de Maria das Mercês Jardim Spínola, a favor da Companhia dos Engenhos do Norte, Ldª; 1946, a partir - provável construção do armazém a O. da fábrica; 1954, depois - substituição da Companhia da Aguardente da Madeira pela Junta Nacional do Vinho no Funchal; 1978 - aquisição do engenho de Porto da Cruz por Luís Alberto Andrade Canning Clode. (Ficha MNs de Dina Jardim e Eduarda Gomes, 2001; reforma de Paula Noé, 2003)