Coro de Câmara da Madeira na igreja matriz de Santo Amaro, 27 de outubro de 2023, Funchal, ilha da Madeira.
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Descrição
Coro de Câmara da Madeira na igreja matriz de Santo Amaro.
Fotografia do padre Giselo Andrade, 27 de outubro de 2023.
Caminho de Santa Quitéria, 26, Funchal, ilha da Madeira
A paróquia de Santo Amaro foi criada por D. frei David de Sousa (1911-2006), desmembrando-a da de Santo António, por decreto publicado a 24 de novembro de 1960, entrando em vigor a partir de 01 de janeiro de 1961. A sede provisória foi a antiga capela de Santo Amaro, situado no Caminho de Santo Amaro, construída sobre uma outra, conhecida por capela da Madre Deus e, essa, uma das primeiras capelas a ser edificadas na Ilha da Madeira, em terrenos que haviam sido de Garcia Homem de Sousa, genro de João Gonçalves Zarco (c. 1390-1471), primeiro capitão donatário do Funchal, por haver casado com Catarina Gonçalves da Câmara. A sede da paróquia foi nesta capela desde 1961 e até inícios da década de 1980, altura em que foi construído a cripta (salão) onde hoje é o salão paroquial, junto à atual igreja paroquial, tendo depois a antiga capela sido alvo de um incêndio, em 1989 e estando hoje, restaurada, mas sem culto e sob a tutela da DRC, integrada no Núcleo Museológico da Torre do Capitão.
Santo Amaro ou Santo Amaro Abade é um santo católico ligado às peregrinações e a São Bento de Núrcia (c. 480-547), de que teria sido seguidor e que se celebra a 15 de janeiro. A sua mais antiga hagiografia encontra-se copiada no códice alcobacense 266, pelo monge Hilário da Lourinhã, nos meados do século XIV, demonstrando a grande voga que teria tido na Península Ibérica. Acresce que é uma devoção quase que exclusivamente ibérica e das suas áreas de expansão ultramarina, como Cabo Verde e Brasil. Representa-se em hábito beneditino, ou seja negro, embora com variantes, com um livro, símbolo da sabedoria e bordão de peregrino ou báculo episcopal, tal como coroado por mitra ou com a mesma a seus pés, indicativo de a ter recusado.
Na Madeira a sua data é marcada pelo «varrer os armários», existindo a tradição de na noite de 14 para 15 de janeiro, as pessoas se juntarem para andar de casa em casa, tocando, cantando e comendo as iguarias que sobram do Natal, pondo assim um ponto final à quadra festiva, tal como, ao mesmo tempo, limparem o que ficou dos anos anteriores e que já não interessa. A devoção encontra-se na Madeira quase desde o início do povoamento, com iniciais capelas no Paul do Mar, Santa Cruz e Santo Amaro, nas cercanias do Funchal. Santo Amaro é o padroeiro das paróquias do Paul do Mar e de Santo Amaro do Funchal, paróquia desmembrada da inicial freguesia de Santo António.